Após permanecer quase um mês encarceradas e sem alimento, 1.500 galinhas de uma empresa avícola falida da Argentina foram resgatadas por ativistas de defesa dos animais, que denunciaram nesta segunda-feira (11) que muitas outras morreram ou serão sacrificadas pelos novos donos.
"Chegamos de noite e, como inicialmente não se escutava nada, pensamos que estavam todas mortas. Quando acendemos a luz, elas começaram a acordar e vimos de tudo. Umas em cima de outras, comendo umas às outras, corpos sem cabeça, algumas desorientadas", relatou à Agência Efe Marcelo Christian Martín, integrante da ONG Animal Livre.
"Foi assustador. Havia um cheiro de podridão muito forte", acrescentou Martín sobre os quatro resgates de animais realizados entre o dia 29 de dezembro e o sábado passado (9) em duas fazendas da empresa avícola Cresta Roja, na província de Buenos Aires.
Segundo o ativista, os cuidadores das fazendas deram de comer aos animais "até que acabou o alimento", e a falta de comida, somada às condições de aglomeração e sujeira, contribuiu para adoecer a maioria das galinhas, que chegavam a pelo menos 32 mil nas instalações da cidade de Brandsen.
"No sábado, apenas uma de cada 50 galinhas estava em boas condições", assinalou.
O abandono das galinhas chocadeiras denunciado pela Animal Livre se soma ao sacrifício de milhões de frangos recém-saídos de incubadoras em fazendas de criação da Cresta Roja.
A ONG teme que os novos donos da empresa, um consórcio liderado pela Ovoprot Internacional, sacrifique todos os animais sobreviventes e compre novos "porque é mais barato que desinfetar os galpões e pagar remédios e atendimento veterinário para curá-los".