Banco Mundial: fenômenos extremos serão "nova normalidade"

BM assinala que, dada a tendência atual, se prevê um aumento da temperatura global de 1,5 graus centígrados sobre os níveis pré-industriais para 2050

23 nov 2014 - 20h36
(atualizado às 20h51)
Foto: Eco Desenvolvimento

Os impactos de fenômenos meteorológicos "extremos", como ondas de calor e inundações, consequência do aquecimento global, já podem ser considerados "inevitáveis" e se transformar na "nova normalidade", indicou neste domingo um novo estudo do Banco Mundial (BM).

De acordo com o relatório "Baixemos a temperatura: Como fazer frente à nova realidade climática", as mudanças climáticas drásticas e os fenômenos extremos já afetam pessoas de todo o mundo, prejudicam os cultivos e as áreas litorâneas e põem em risco a segurança hídrica.

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O BM assinala que, dada a tendência atual, se prevê um aumento da temperatura global de 1,5 graus centígrados sobre os níveis pré-industriais para 2050.

"O relatório de hoje confirma o que os cientistas vinham dizendo, isto é, que as emissões do passado marcaram uma tendência inevitável rumo ao aquecimento global nas próximas duas décadas, o que afetará em maior medida às pessoas mais pobres e vulneráveis do mundo", declarou Jim Yong Kim, presidente do BM em uma nota de imprensa.

Kim ressaltou que alguns destes indicadores já são reais. "Já os estamos observando: as temperaturas que superam os registros históricos são cada vez mais frequentes, a intensidade das chuvas aumentou em alguns lugares e as zonas propensas à seca, como o Mediterrâneo, se tornaram mais secas", exemplificou.

O relatório desenha um panorama extremamente complexo para as próximas décadas, com especiais efeitos adversos na produtividade agrícola, no regime hidrológico e na biodiversidade. Como exemplo, o documento cita o caso do Brasil, onde, com um aquecimento de 2°C, as colheitas poderiam reduzir-se até 70% no caso da soja e até 50% no do milho para o ano 2050. Além disso, adverte que o degelo das geleiras constituirá um risco para as cidades andinas.

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Como se não bastasse, o organismo previu que o aumento nas migrações e nas pressões sobre os recursos relacionados com o clima também poderiam aumentar o risco de conflitos.

"No relatório fica extremamente claro que não podemos seguir o caminho atual de emissões não controladas e em aumento. Os líderes devem intensificar os esforços e adotar as decisões necessárias sobre como devemos conduzir nossas economias para conseguir um crescimento ecológico", afirmou Rachel Kyte, vice-presidente do organismo e enviada especial para a mudança climática.

O alerta do BM é divulgado uma semana antes da realização em Lima, no Peru, da 20ª Conferência das Partes (COP) sobre Mudança Climática da ONU.

  
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