Cavalos ajudam bairro de Bruxelas na coleta de lixo público

13 set 2014 - 06h11

Os cavalos Taram e Vouziers ajudam diariamente os trabalhadores públicos na coleta de 200 sacos de lixo no bairro bruxelense de Schaerbeek, onde este método é considerado mais ecológico e também mais barato, em um momento no qual predominam cortes orçamentários.

Em 2011, a administração da comuna do bairro de Schaerbeek, no norte da capital europeia, decidiu fazer uma mudança no sistema utilizado até o momento para a coleta do lixo público e incorporar o "hipomóvel", uma espécie de charrete coletora de lixo, a esta tarefa para que fosse possível economizar dinheiro e poluir menos.

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"É um meio muito ecológico e isto nos permitiu também economizar", explicou à Agência Efe a responsável do serviço de equitação do parque Josaphat de Schaerbeek e encarregada do "hipomóvel", Aurore Lallemanda.

O uso desta charrete puxada por dois cavalos substituiu um dos veículos encarregados da coleta do lixo, por isso que a melhora ecológica é bastante evidente, explica a diretora.

A economia também é importante, segundo os cálculos do serviço de limpeza de espaços verdes do distrito, já que são gastos menos de três mil euros anuais.

Segundo estas estimativas, o custo anual deste serviço chega a pouco mais de 3,5 mil euros enquanto o mesmo trabalho realizado por um carro representa 7 mil euros por ano.

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Mas há mais vantagens que são derivadas do uso destes cavalos, destacou Lallemanda.

"Há um fator ecológico e também um social, porque nos permite criar laços entre os trabalhadores públicos e os cidadãos", assinala o responsável. "Os cavalos facilitam de fato a comunicação com as pessoas", acrescentou.

A diretora do serviço aponta que enquanto percorrem as ruas, as pessoas param a fim de acariciar os cavalos, saudar e conversar, o que representa "revalorizar o trabalho dos lixeiros".

Antes de Taram e Vouziers chegarem a Schaerbeek, havia três veículos que se encarregavam de coletar 737 pontos de lixeiras públicas a cada dia, passando de cinco a sete vezes por semana.

Com a incorporação do "hipomóvel" agora somente é necessário o uso de dois carros.

Além de ajudar na coleta de lixo, os dois cavalos participam também das tarefas de limpeza pública nas áreas onde ocorrem mercados ao ar livre e amenizam algumas atividades lúdicas e pedagógicas que são realizadas no bairro, em torno da horta orgânica localizada no parque do distrito.

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É justamente no local onde vivem Taram e Vouzier, dois cavalos da raça Ardennes, típica da Bélgica, Luxemburgo e França.

Eles têm sete e nove anos, pesam cerca de 750 quilos aproximadamente, e foram treinados para poder participar de atividades como a coleta do lixo público.

"Os cavalos foram adestrados e educados a partir da voz, já que trabalhamos muito com ela, quando dizemos seus nomes viram suas orelhas, o que quer dizer que nos escutam", explicou Aurore.

Na Espanha, um pequeno povoado de Alicante, Monforte del Cid, substituiu também, recentemente, os caminhões de coleta de lixo por carros puxados por cavalos para assim reduzir custos e poluir menos.

Na Bélgica, a única região que utiliza este sistema é a comuna de Schaerbeek, e, como na Espanha, este modelo provém da França, onde mais de cem localidades coletam o lixo desta forma há anos.

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"Podemos dizer que este modelo foi inspirado no modelo francês, e por sua vez o modelo francês foi inspirado no dos Amish americanos, já que eles não utilizam nenhum sistema móvel (mecânico)", comentou a responsável pelo serviço.

Porém nem tudo é vantagem. Os trabalhadores também apontam algumas dificuldades, como a organização ou a adaptação ao tráfego, apesar de, contam, o serviço estar melhorando cada vez mais.

  
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