Cientistas da Austrália defendem que uma campanha agressiva de sacrifício de koalas ajudaria a combater a clamídia, uma doença que causa a infertilidade dos animais e está reduzindo dramaticamente sua população, publicou nesta terça-feira a imprensa local.
"Tratar os que estão moderadamente doentes e matar os que têm a doença avançada e que não podem ser tratados com antibióticos, provocará finalmente um aumento no número de koalas", disse o chefe dos pesquisadores da Universidade de Nova Gales do Sul, David Wilson.
Uma pesquisa realizou centenas de estudos de simulação na população de koalas de Moreton Bay, no nordeste do país, em diversos cenários, que incluíram desde o tratamento dos koalas infectados com clamídia até o sacrifício sistemático de animais sem possibilidade de cura.
"As simulações sugerem que existe um forte possibilidade de eliminar a clamídia na população de koalas em um prazo de quatro anos", segundo este estudo divulgado hoje pelo jornal
The Australian e que aparece originalmente na revista científica "Journal of Wildlife Diseases".
O sacrifício em massa dos koalas desencadearia em uma rápida queda na população, mas esta se recuperaria em um período de quatro anos até superar o número de exemplares da última década, de acordo com o cenário estudado que apresentou os melhores resultados.
O número de koalas em estado selvagem varia, segundo as distintas estimativas, entre várias centenas de milhares e cerca de 40 mil, mas sua população continua em declínio, principalmente por causa da mudança climática, da seca e da clamídia.
Esta bactéria produz lesões nos órgãos sexuais e nos olhos dos koalas, um dos animais-símbolo da Austrália, causando infertilidade e cegueira, e os consome lentamente até a morte.