O Equador planeja leiloar mais de 3 milhões de hectares da Floresta Amazônica para companhias petrolíferas chinesas. Um grupo de políticos equatorianos negociou na segunda-feira contratos com representantes de empresas como a China Petrochemical e a China National Offshore Oil. Antes de Pequim, eles se reuniram em Quito, Houston (EUA) e Paris, sempre encontrando resistência e protestos de indígenas. As informações são do jornal The Guardian.
"O Equador tem vontade de estabelecer uma relação de benefício mútuo", disse o embaixador do Equador na China em um discurso. De acordo com a ONG Amazon Watch, sete grupos indígenas que habitam o terreno afirmam que não consentiram com a aprovação de projetos envolvendo petróleo - que devastariam o ambiente e ameaçariam seu modo de vida.
O governo de Rafael Correa decidiu não licitar alguns blocos de terra por falta de apoio das comunidades locais, de acordo com o secretário de Hidrocarbonetos do Equador, Andrés Donoso Fabara. "Estamos autorizados por lei, se quisermos, a usar a força e realizar atividades mesmo se houver oposição", afirmou ele, garantindo, porém, que "essa não é nossa política".
A Amazon Watch defende que o acordo violaria a própria política de investimentos chinesa, aprovada em conjunto pelos ministérios do Comércio e da Proteção Ambiental no mês passado. A terceira cláusula do acordo diz que empresas devem "promover o desenvolvimento harmonioso da economia local, do ambiente e da comunidade", mesmo durante operações no exterior.