Austrália: cratera é obra do impacto de um asteroide gigante

Data exata do evento é incerta, segundo os cientistas, que explicaram que as rochas ao redor da cratera datam de 300 a 600 milhões de anos

23 mar 2015 - 18h15
(atualizado às 20h23)
"Grandes áreas de impacto como esta podem ter tido um papel muito mais importante na evolução da Terra do que pensávamos", disse Andrew Glikson
"Grandes áreas de impacto como esta podem ter tido um papel muito mais importante na evolução da Terra do que pensávamos", disse Andrew Glikson
Foto: Media Inat / Reprodução

Cientistas acreditam ter descoberto no centro da Austrália os rastros de uma cratera de 400 quilômetros de diâmetro, a maior já registrada, abandonados pelo impacto de um meteorito enorme centenas de milhões de anos atrás.

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Segundo os pesquisadores, a descoberta de um antigo impacto tão violento pode levar a novas teorias sobre a história da Terra.

Esta cratera foi apagada da face do planeta há muito tempo. Ela está nas profundezas da crosta terrestre, e que deixou duas "cicatrizes", descobertos por estes geofísicos australianos, cujo trabalho foi publicado nesta segunda-feira no jornal científico europeu Tectonophysics.

Eles explicam que o asteroide quebrou em duas partes pouco antes de cair no chão.

"Cada um dos dois asteroides deve ter diâmetro de mais de 10 km e seu impacto deve ter causado a extinção de muitas espécies do planeta", disse o principal autor do estudo, Andrew Glikson, do departamento de Arqueologia e Antropologia da Australian National University (ANU).

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A zona do impacto foi encontrada quando os cientistas realizavam a perfuração de mais de dois quilômetros de profundidade para a pesquisa geotérmica em uma região de fronteira entre o sul da Austrália, Queensland e os territórios do norte.

"Grandes áreas de impacto como esta podem ter tido um papel muito mais importante na evolução da Terra do que pensávamos", disse Andrew Glikson.

A data exata do evento é incerta, segundo os cientistas, que explicaram que as rochas ao redor da cratera datam de 300 a 600 milhões de anos. No entanto, não há nenhuma indicação do impacto geológico, ao contrário do que foi observado, por exemplo, para o asteroide que atingiu o Golfo do México há 66 milhões de anos.

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Este último impacto parece ter causado a extinção dos dinossauros e muitas outras espécies animais. Ao bater no chão, este asteroide de mais de dez quilômetros de diâmetro enviou uma enorme nuvem de cinzas e poeira na atmosfera, o que mais tarde se tornou a camada sedimentar nas rochas ao redor do mundo, segundo os autores.

No entanto, nada disso foi encontrado nos sedimentos que datam de 300 milhões de anos, o que corresponderia ao duplo impacto de asteroides gigantes na Austrália, ressalta Andrew Glikson.

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"É um mistério, porque não podemos encontrar uma extinção de animais correspondente a esta dupla colisão. Isto sugere que o impacto pode ser mais antigo", conclui.

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