Uma equipe de cientistas da Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço dos EUA (Nasa) recriou poeira espacial ao reproduzir os processos que ocorrem na atmosfera de uma estrela gigante vermelha, informou nesta quarta-feira a instituição em comunicado.
A agência aeroespacial americana destacou que os cientistas esperam entender melhor a composição e evolução do universo graças aos resultados deste experimento, realizado no Centro de Pesquisa Ames em Moffett Field (Califórnia, EUA.).
Os grãos de poeira que se formam ao redor das estrelas que estão morrendo são expulsos ao espaço interestelar onde, após um ciclo vital que se prolonga durante milhões de anos, levam à formação de planetas.
Em uma instalação denominada "câmara de Simulação Cósmica" (Cosmic, em seu acrônimo em inglês), os cientistas conseguiram criar na Terra grãos de pó similares aos que se formam no espaço.
"As duras condições do espaço são extremamente difíceis de reproduzir no laboratório, e durante muito tempo dificultaram os esforços para interpretar e analisar as observações do espaço", explicou o líder do projeto, o investigador do centro Ames Farid Salama, no comunicado.
Na câmara Cosmic, os pesquisadores simularam as extremas condições do entorno espacial, com íons flutuando no vazio a densidades multiplicada por milhões a da atmosfera terrestre e temperaturas médias de -167'78 graus celsius, tudo isso banhado em radiações visível e ultravioleta.
Com os resultados deste experimento, os pesquisadores confiam em obter mais pistas sobre o pó que rodeia as estrelas, o que, por sua vez, pode ajudar a melhorar sua compreensão da formação de planetas.
"Agora podemos, pela primeira vez, recriar e visualizar verdadeiramente no laboratório a formação de grãos de carbono na envoltura das estrelas e aprender sobre sua formação, estrutura e distribuição de tamanhos", indicou César Contreras, outro dos pesquisadores que participou do projeto.