O jornalista e escritor espanhol Juan José Benítez, ou simplesmente J. J. Benítez, é conhecido por suas obras e declarações polêmicas. Já afirmou, por exemplo, que a Bíblia é a palavra dos homens, e não a de Deus. Também já disse que sua mais famosa criação, a saga Cavalo de Troia, sobre dois pilotos americanos que viajam no tempo e acompanham os últimos anos de Cristo, não se trata de imaginação.
Certa vez, perguntado sobre o tema ufologia, afirmou: “Faço minhas investigações em silêncio. Publicarei algum dia”. Benítez cumpre a promessa ao lançar Encontro na Montanha Vermelha (Editora Planeta). A obra apresenta o escritor de 66 anos como um caçador de óvnis, trazendo entrevistas e relatos sobre fenômenos ufológicos avistados em várias partes do mundo, em especial junto ao vulcão inativo que dá nome ao livro, na região das Ilhas Canárias.
Benítez conta que ouviu relatos sobre óvnis no local em numerosas ocasiões, o que o instigou a viajar até a Montanha Vermelha e nela se instalar durante vários dias. Os detalhes da experiência o escritor prefere contar apenas no livro, mas não sem despertar a curiosidade ao relatar que pôde ver de perto a forma e a luz do inexplicável. “O fenômeno óvni é real”, garante.
Relatos de pilotos
Além da observação pessoal, o escritor investiga as experiências de pilotos. No comando de aeronaves de diferentes operadoras ou a serviço militar, eles são descritos como testemunhas “número um” por Benítez. Conforme ele, foram mais de 80 tripulações questionadas para sua jornada pelo fenômeno.
“Os pilotos são profissionais do ar. Estão técnica e psicologicamente preparados para conhecer tudo o que há no céu”, afirma em entrevista ao Terra, que enviou as perguntas por e-mail para sua assessoria de imprensa e recebeu, escaneadas, as respostas manuscritas.
Uma das passagens da obra aborda o suposto avistamento de um grande óvni pela tripulação do voo RG-753 da Varig, extinta companhia de aviação brasileira. O caso teria ocorrido em 1976, entre Madri e Sevilla, com o avião saindo do Galeão, no Rio de Janeiro. O escritor diz que teve acesso, inclusive, a parte da conversa entre o comando da aeronave e a torre de controle de Sevilla.
No Brasil
Conforme Benítez, há registros ufológicos no Brasil e documentos secretos ainda não revelados pela Aeronáutica. “Não conhecemos os detalhes, mas se trata de civilizações não humanas que possuem uma grande vantagem tecnológica. Os militares - também no Brasil - estudam o fenômeno desde o final da Segunda Guerra Mundial. Eles têm provas e informações irrefutáveis. Sabem o que é, mas mantêm segredo”, justifica.
Um desses casos ele elenca entre os mais interessantes aos quais já teve acesso. “Conheci o caso de um piloto da Forca Aérea Brasileira que foi extraído por uma nave de seu avião em voo e o aparelho seguiu voando sem piloto. Minutos depois, o piloto voltou ao interior do caça”, conta.
Ocultação
Apesar do tom aparentemente fantasioso do relato, Benítez tem grande segurança de sua veracidade. Segundo ele, as provas existem, embora sejam retidas pelos militares.
Um exemplo famoso de ocultação, indica, é o caso Roswell, ocorrido no Novo México, nos Estados Unidos, em julho de 1947. Na época, um óvni teria caído na Terra, e a Força Aérea Americana, se apoderado de seus destroços. “Mas é altamente secreto”, afirma.
De acordo com Benítez, a revelação de presença alienígena na Terra poderia resultar em desequilíbrio econômico, educacional e religioso. Ele avalia, porém, que não é por isso que os militares retêm evidências de evidências de contato com extraterrestres.
“Os militares ocultam as informações sobre óvnis porque, se as reconhecessem, os cidadãos poderiam lhes exigir responsabilidades. Os militares sabem muito bem que as naves não humanas são tecnicamente superiores. Eles não estão dispostos a perder sua hegemonia e, por isso, ocultam”, finaliza.