A Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) lançou nesta quarta-feira, desde a estação de Tanegashima (sudoeste do país), a sonda Hayabusa 2, que percorrerá 300 milhões de quilômetros para obter amostras de um asteroide.
A sonda estava a bordo de um foguete H-IIA que foi lançado às 13h22 hora local (1h22, em Brasília), e se desprendeu com sucesso cerca de 90 minutos depois, colocando em órbita o dispositivo.
Espera-se que Hayabusa 2 chegue no ano 2018 ao asteroide 1999 JU3, de cerca de 900 metros de largura, e que retorne à Terra no final de 2020.
O 1999JU3, descoberto em 1999 pelo programa de pesquisa americano LINEAR, faz parte dos chamados asteroides Apolo, um dos três grupos que se encontram mais próximos da Terra.
O lançamento de hoje, originalmente previsto para 30 de novembro, foi adiado por duas vezes devido ao mau tempo.
Esta é a segunda sonda do programa Hayabusa, a primeiro conseguiu trazer outra vez à Terra amostras de um asteroide.
A JAXA espera que a nova sonda colha desta vez pedras, areia e outros materiais do asteroide que abriguem água e substâncias orgânicas.
Os resíduos trazidos pela nave podem dar pistas sobre o histórico químico do fragmento e oferecer assim novas chaves sobre a origem de nosso sistema solar e da vida na terra.
A primeira missão Hayabusa, iniciada em 2003, durou algo mais de sete anos e sofreu com vários problemas relacionados com os motores e giroscópios da sonda, com a qual em um momento dado se chego a perder a comunicação.
No entanto,a sonda conseguiu percorrer 6 bilhões de quilômetros e retornar com amostras de areia do asteroide 25143 Itokawa em 2010.
Para evitar problemas similares, a Hayabusa 2, que pesa cerca de 600 quilos, está equipada com motores iônicos mais resistentes e que proporcionam 25% a mais de propulsão e um sistema de antenas melhorado que permite transmitir mais dados.
A primeira sonda só pôde obter amostras da superfície do asteroide, mas a Hayabusa 2, que teve um custo aproximado de 16,4 bilhões de ienes (cerca de 111 milhões de euros), buscará obter materiais a maior profundidade.
A sonda leva um pequeno bomba que disparará projéteis metálicos contra o asteroide, o que permitirá depois colher das crateras resultantes amostras não afetadas pela radiação solar.