Um grupo de cientistas amadores fãs de auroras boreais descobriu um novo fenômeno atmosférico nos céus do norte do Canadá.
Eric Donovan, professor da Universidade de Calgary, identificou a coluna de luz violeta em uma série de fotos compartilhadas no Facebook. A princípio, foi definido como um arco de prótons. Mas Donovan descartou a hipótese ao avaliar que não seria possível ver isso a olho nu.
Diante do mistério, Donovan e seus colegas recorreram a um conjunto de satélites da Agência Espacial Europeia (ESA na sigla em inglês) que estuda o campo magnético da Terra para obter mais informações.
Assim, descobriram que a coluna de luz é uma corrente de gás que flui em grande velocidade nas partes mais elevadas da atmosfera terrestre.
Uma luz chamada Steve
Cientistas analisaram o fenômeno usando satélites localizados a uma altitude de 300 km e notaram que o ar dentro da coluna era 3.000ºC mais quente e circulava a uma velocidade 600 vezes maior do que o ar do entorno.
Pouco se sabe, além disso, sobre a enorme linha de luz violeta. Acredita-se que não seja uma aurora boreal, porque não resulta da característica interação de partículas solares com o campo magnético da Terra.
O novo fenômeno foi batizado de "Steve", em referência à animação Os Sem-Floresta (2006), em que os personagens usam esse nome para falar de uma criatura que nunca tinham visto antes.
"É um fenômeno natural lindo, observado primeiro por cientistas amadores e que despertou o interesse de cientistas profissionais", destaca Roger Haagmans, pesquisador da ESA.
"No final das contas, é bastante comum, mas ainda não o havíamos notado. Isso só foi possível graças a uma soma de esforços."