Pelo menos dois planetas que devem ser maiores do que a Terra podem estar escondidos na borda de nosso sistema solar, revelaram cientistas. Acredita-se, segundo o jornal The Independent, que eles estejam ainda mais distantes do Sol do que Netuno e Plutão.
Os especialistas chegaram a essa conclusão depois de assistir um cinturão de rochas espaciais muito distantes conhecidas como objetos transnetunianos. Eles esperavam encontrar essas rochas distribuídas de forma aleatória, mas elas têm se movido de forma completamente inesperada, o que indica que elas podem estar sendo atraídas por algo que não pode ser visto.
"Este excesso de objetos com parâmetros orbitais inesperados nos faz acreditar que algumas forças invisíveis estão alterando a distribuição dos elementos orbitais dos objetos transnetunianos, e consideramos que a explicação mais provável é que outros planetas desconhecidos existem além de Netuno e Plutão", disse o principal cientista responsável pela pesquisa, o professor espanhol Carlos de la Fuente Marcos, da Universidade Complutense de Madrid (UCM).
Os astrônomos passaram décadas debatendo se um planeta escondido além de Plutão permanecia desconhecido.
A nova pesquisa, publicada na revista Monthly Notices da Royal Astronomical Society Letters, baseia-se na análise de um efeito chamado de "mecanismo Kozai", através da qual um grande corpo perturba a órbita de um objeto menor e mais distante. Os cientistas escreveram: "Neste cenário, uma população de asteróides estáveis pode ser orientada por um planeta distante ainda não descoberto e que pode ser maior que a Terra".
Um problema é que a teoria vai contra as previsões de simulações de computador da formação do Sistema Solar, que afirmam que não há outros planetas que se movem em órbitas circulares para lá de Netuno. Mas a recente descoberta de um disco de formação planetária de poeira e gás a mais de 100 unidades astronômicas (UA) da estrela HL Tauri (uma unidade astronômica corresponde a distância entre a Terra e o Sol e é equivalente a 150 milhões de quilômetros) sugere que planetas podem se formar a longas distâncias do centro de um sistema solar.
"O número exato é incerto, uma vez que os dados que temos é limitado, mas os nossos cálculos sugerem que existem pelo menos dois planetas, e provavelmente mais, dentro dos limites de nosso Sistema Solar", e completou: "Se for confirmado, os nossos resultados podem ser revolucionários para a astronomia", disse o professor.