Por que eclipses como o deste domingo preocupam a Nasa

25 set 2015 - 15h57
(atualizado às 16h01)

Ao longo da noite deste domingo e da madrugada de segunda-feira, grande parte do mundo, incluindo o continente americano, terá a oportunidade de desfrutar do espetáculo raro de um eclipse total da Lua junto e do evento da superlua.

A nave Lunar Reconnaissance Orbiter foi lançada no espaço em 2009
A nave Lunar Reconnaissance Orbiter foi lançada no espaço em 2009
Foto: Nasa

O eclipse total deve deixar a Lua completamente nas sombras, pois a Terra fica entre ela e o Sol. Já a superlua acontece quando a Lua cheia ou nova se encontra em seu ponto mais próximo da Terra.

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Para os entusiastas de astronomia esses eventos serão belos. Mas, para a agência espacial americana, a Nasa, será motivo de preocupação.

Os cientistas temem que a falta de luz solar devido ao eclipse deixe sem energia uma de suas naves mais importantes, a Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), cuja missão é explorar e monitorar o satélite natural da Terra.

"Duas coisas acontecem durante um eclipse: fica muito frio e não há luz para carregar as baterias (da nave). Com o eclipse, a nave vai ficar sem luz direta do Sol por cerca de três horas", disse à BBC o cientista da Nasa Noah Petro.

Apesar do temor da Nasa, a agência espacial americana já passou, com êxito, por outros três eclipses lunares nos últimos 17 meses.

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"Sempre é estressante quando o eclipse está se aproximando, mas seguimos os mesmos procedimentos e não tivemos nenhum problema", afirmou Dawn Myers, do centro de voos espaciais Goddard, que faz parte da Nasa.

Lua vermelha

O eclipse total deve durar mais de uma hora. A Lua também ficará com uma cor avermelhada pois sua superfície estará iluminada por raios tênues que refletem da atmosfera terrestre.

O que gera a preocupação na Nasa é que tecnologias semelhantes às da LRO enfrentaram dificuldades durante eclipses passados. No entanto, a LRO foi projetada especificamente com esses problemas em mente.

"Normalmente a LRO recarrega as baterias com a luz do sol, então quando temos um eclipse, ficamos muito cautelosos em relação à nave", disse Noah Petro.

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Mas o cientista lembra que a Nasa tem experiência em eventos como este e, desta vez, vai tomar algumas precauções.

"Vamos preaquecer a nave e desligar todos os instrumentos, exceto um para manter a nave segura", afirmou. "Como no celular, toda vez que recebo o alerta de que tenho 20% (de bateria restante), posso desligar o wi-fi ou certos aplicativos (para economizar energia)."

"Prevemos que tudo ocorrerá normalmente. Estaremos preparados e prontos para enfrentar (o eclipse). Vamos observar os níveis das baterias e estamos prontos para agir se algo não sair conforme o previsto. Vamos garantir que (a nave) saia do eclipse em boa forma", disse.

O próximo eclipse lunar total deve ocorrer em 2018 e um eclipse lunar e superlua simultâneos só devem ocorrer em 2033.

E, apesar de o fenômeno ser chamado de superlua, não será vista uma diferença tão extraordinária.

"Não é como a diferença entre um homem comum e o Super-Homem. É uma Lua ligeiramente maior, em vez de superlua", disse Alan MacRobert, um dos editores da revista especializada em astronomia .

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De concreto, será vista uma Lua 14% maior e cerca de 30% mais brilhante do que a Lua cheia normal.

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