Sonda Maven da NASA chega à órbita de Marte

22 set 2014 - 08h12

A sonda Maven da Nasa começou a orbitar no domingo à noite o planeta Marte, em uma missão científica que pretende entender a modificação no clima do planeta vermelho com o passar do tempo, anunciou a agência espacial americana.

"Com base nos dados observados de navegação, parabéns. Maven está agora em órbita", anunciou Dave Folta, do centro Goddar de voos espaciais da Nasa.

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Os aplausos foram intensos na sala de controle da missão do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), em Pasadena, Califórnia.

Maven (Mars Atmosphere and Volatile Evolution) entrou na órbita de Marte às 23H24 (domingo, horário de Brasília), segundo o JPL.

A entrada aconteceu depois que os motores da sonda foram acionados durante 30 minutos para conter a velocidade.

A sonda não tripulada de 2,45 toneladas foi lançada em novembro de 2013 de Cabo Canaveral, Flórida, e viajou durante mais de 10 meses por 711 milhões de quilômetros para aproximar-se de Marte com o propósito de estudar todas as camadas de sua atmosfera.

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Os dados da Maven ajudarão os cientistas a compreender o que aconteceu com a água em Marte e o dióxido de carbono de sua atmosfera há bilhões de anos. Também deve auxiliar na compreensão de como o clima mudou de quente e úmido para frio e seco.

Como o planeta Marte perdeu sua atmosfera é um dos grandes mistérios da ciência. As respostas da sonda podem jogar alguma luz sobre a capacidade do planeta para abrigar vida (mesmo que vida microbiana) há muito tempo.

Além disso, as descobertas da sonda podem ajudar no entendimento sobre como os humanos sobreviveriam em uma futura missão no planeta vermelho, talvez em 2030.

Após várias semanas necessárias para calibrar seus instrumentos, a Maven iniciará uma missão de um ano para estudar os gases das camadas superiores da atmosfera de Marte, a 6.000 km da superfície, e como esta interage com o Sol e os ventos solares. Além disso, fará leituras em níveis mais próximos ao solo marciano.

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Nos últimos anos, a Nasa enviou várias sondas a Marte.

O veículo robotizado Curiosity, por exemplo, está explorando a superfície e envia dados sobre o local, que já estabeleceram que em um passado remoto existiram condições para abrigar vida, ao menos microbiana.

"Como primeiro veículo a estudar a alta atmosfera de Marte, a Maven aumentará claramente nossa compreensão da história da atmosfera marciana e como o clima mudou durante o tempo, assim como impacto sobre a evolução do ambiente na superfície e a habitabilidade potencial do planeta", destacou no domingo o diretor da Nasa, Charles Bolden.

"A Maven também permitirá uma preparação melhor das futuras missões tripuladas ao planeta vermelho a partir de 2030", completou.

"O conjunto de instrumentos a bordo da Maven tem o propósito de encontrar as peças que faltam ao quebra-cabeça da história de Marte", disse David Mitchell, coordenador do projeto da Nasa.

"Todas as demais missões a Marte até o momento se concentravam na superfície de Marte", lembrou.

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O projeto Maven custou 671 milhões de dólares, está dotado de oito instrumentos, incluindo um espectrômetro de massa para determinar as estruturas moleculares dos gases atmosféricos e o sensor SWEA (Solar Wind Electron Analyser), que examinará o vento solar.

No fim da semana, uma sonda indiana também entrará na órbita do planeta vermelho. Será a primeira sonda orbital indiana enviada a Marte para buscar vestígios de existência de vida.

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