Algumas das imagens mais detalhadas já feitas de novos planetas nascendo ao redor de uma estrela foram publicadas nesta quinta-feira, o que astrônomos disseram poder transformar as teorias sobre formação planetária.
No alto do deserto chileno, o Conglomerado de Larga Milimetragem/submilimetragem do Atacama (Alma, na sigla em inglês), observou o disco do futuro planeta em torno da jovem estrela HL Tauri, produzindo as fotos mais nítidas já tiradas em comprimentos de onda de submilímetros.
As imagens mostram anéis concêntricos claros na poeira deixada pela formação da estrela, e os intervalos indicam haver planetas ainda em formação, abrindo caminho através do material.
A HL Tauri, localizada a cerca de 450 anos-luz, tem perto de um milhão de anos, um bebê para os padrões astronômicos. Com essa idade, as teorias atuais apontam que deveria haver poucos sinais de formação planetária à volta da estrela, disse Stuartt Corder, vice-diretor do Alma, à Reuters.
“Mas o que descobrimos é que, nesta fase muito jovem, vemos todos estes intervalos no anel, no disco, e estes intervalos são preenchidos por enormes núcleos planetários”, afirmou.
“Por isso, mesmo nessa idade tão jovem, o Alma descobriu que já há núcleos planetários se formando, então o processo de formação planetária tem que ocorrer muito mais rápido e muito mais cedo do que jamais imaginamos”.
As estrelas são formadas em berçários de poeira e nuvens de gás, que implodem sob o efeito da gravidade até entrarem em ignição. Ao longo do tempo, os restos de gás e poeira que cercam a estrela se juntam e formam planetas, cometas e asteroides.
A descoberta é a primeira observação do Alma com um método novo e poderoso que se aproxima de sua configuração final. Em junho, sua antena definitiva foi instalada.