Estudo na Itália afirma que redes sociais empobreceram linguagem

Especialistas disseram que textos curtos estão sendo mais usados

5 dez 2024 - 13h32
(atualizado às 13h41)

Uma pesquisa da Universidade La Sapienza de Roma revelou nesta quinta-feira (5) que o uso contínuo das redes sociais mudou a linguagem das pessoas em razão da maior frequência da utilização de hashtags, emojis, gifs e memes em vez de palavras.

    Os especialistas analisaram cerca de 300 milhões de comentários em inglês de oito plataformas diferentes (Facebook, Twitter-X , Gab, Reddit, Telegram, Usenet, Voast e YouTube) que foram realizados nos últimos 34 anos de interações linguísticas nas redes sociais.

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    A apuração, que se concentrou na riqueza do vocabulário dos utilizadores, apontou que está ocorrendo um processo de simplificação linguística na mídias, incluindo uma riqueza lexical reduzida e comentários mais curtos. A maioria dos usuários, por exemplo, usa até 10 palavras únicas, indicando um tamanho lexical modesto.

    Apesar da presença de textos mais curtos e da introdução de um vocabulário menos rico, os pesquisadores analisaram uma grande quantidade de novas palavras formadas, o que demonstra como a linguagem permanece dinâmica mesmo em um contexto de empobrecimento lexical.

    "Compreender o impacto das plataformas digitais no comportamento dos utilizadores apresenta desafios fundamentais, incluindo questões relacionadas com a polarização, a dinâmica da desinformação e a variação no consumo de notícias", disseram os estudiosos.

    Na visão do especialistas, o uso cada vez mais constante de abreviaturas, bem como de hashtags e emoticons, é o resultado de uma mudança já em curso, acelerada pela globalização digital. O mesmo processo de simplificação teria ocorrido nas línguas românicas em comparação com o latim do qual derivam. .

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