Estudo revela que golfinhos guincham de contentamento

13 ago 2014 - 20h18

Os golfinhos costumam guinchar quando ganham um peixe, emitindo um som que lembra o de crianças brincando felizes.

Para cientistas americanos, autores de um estudo publicado nesta quarta-feira, estes ruídos não são apenas formas de sinalizar a outros indivíduos do grupo de que há comida nos arredores, mas expressões de puro contentamento.

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A razão pela qual o som que os cetáceos produzem indica prazer é que ele combina com o tempo que o cérebro leva para liberar o hormônio dopamina.

O estudo, publicado no Journal of Experimental Biology, foi chefiado por Sam Ridgway, da Fundação Nacional de Mamíferos Marinhos de San Diego, Califórnia.

Ridgway e seus colegas trabalharam com golfinhos nariz-de-garrafa e baleias beluga, treinando-os para repetir comportamentos e os recompensaram com peixes.

Um estudo anterior, usando estímulos elétricos e química cerebral demonstrou que ratos e primatas têm sistemas de recompensa que envolvem neurônios produtores de dopamina.

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Experiências feitas com um golfinho nos anos 1950 demonstraram que os animais também têm neurônios dopaminérgicos em áreas de recompensa de seus cérebros e que eles vocalizam depois que seu cérebro é estimulado.

Os cientistas analisaram anos de gravações de suas próprias pesquisas com golfinhos e belugas.

Eles descobriram que o intervalo entre a experiência prazerosa - a recompensa ou a expectativa da recompensa - foi apenas um pouco mais longo do que o tempo que leva para liberar a dopamina, normalmente cerca de 100 milissegundos.

"Os golfinhos desfrutam, em média, de 151 milissegundos de tempo extra para esta liberação, enquanto as belugas aproveitam de um intervalo de cerca de 250 milissegundos", disse Ridgway.

"Acreditamos que (o guincho) tem um conteúdo emocional", continuou.

Pelo fato de golfinhos e belugas "serem animais altamente vocais, a personalidade, o ritmo e o contexto de seus sons podem revelar mais sobre seus estados emocionais e sobre a função de seus sons na comunicação", concluiu o estudo.

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