Berlim, 20 nov (EFE). - O Fundo Verde para o Clima (FVC) da ONU, cuja criação foi adotada há quatro anos em Cancún, no México, começará a funcionar com US$ 9,3 bilhões, depois de os últimos países doadores se comprometerem nesta quinta-feira em Berlim a realizar sua contribuição.
Durante a conferência internacional de doadores realizada em Berlim, os ministérios da Cooperação e do Meio Ambiente da Alemanha informaram que vários países já anunciaram que se somarão antes do final de ano, apesar do valor esperado ser de US$ 10 bilhões não ser atingido.
"A luta contra a mudança climática requer solidariedade. A adoção do Fundo Verde para o Clima é uma mostra que não abandonamos a sua sorte aos países em vias de desenvolvimento em matéria de proteção do clima", ressaltou a titular de Meio Ambiente, Barbara Hendricks.
"O resultado de hoje constitui um sinal encorajador para as negociações sobre a mudança climática que fortalecerá a confiança entre países industrializados e em vias de desenvolvimento", disse.
Ao mesmo tempo, ela expressou sua esperança que "todos os Estados tenham a suficiente confiança agora para pôr sobre a mesa suas próprias contribuições para um acordo internacional sobre a mudança climática".
"A mudança climática é uma das questões decisivas para a sobrevivência da humanidade que só podemos resolver de forma conjunta ou não resolver em absoluto", destacou o titular de Cooperação, Gerd Müller.
Segundo o ministro, os compromissos econômicos de hoje são um sinal que nesta questão o mundo está unido.
O fundo, cuja criação foi adotada em 2010 durante a Conferência da ONU sobre Mudança Climática de Cancún, tem como objetivo assistir, principalmente, os países em vias de desenvolvimento mais pobres e vulneráveis para enfrentar ou desacelerar os efeitos da mudança climática.
A maior contribuição ao fundo procede dos Estados Unidos, que colocará à disposição US$ 3 bilhões, enquanto que a Alemanha - primeiro país a se comprometer economicamente - destinará um total de 750 milhões de euros.
Entre os Estados que confirmaram hoje sua participação no fundo figuram Espanha, Panamá, Finlândia, Nova Zelândia e Mongólia, enquanto a maior contribuição anunciada durante a conferência, da qual participaram 32 países, procede do Reino Unido, com US$ 1,2 bilhões.
A Rússia também participou da conferência, embora não tenha se comprometido. China e Índia sequer enviaram representantes à reunião.
"Se não queremos que as pessoas vivam o que viveram os dinossauros, é preciso atuar já", declarou Müller, que informou que as primeiras medidas serão aprovadas pelo fundo o mais tardar em 2015.