Quando se fala em gêmeos idênticos, o senso comum é imaginar que eles são iguais em literalmente todos os aspectos, incluindo o seu DNA. Entretanto, eles podem apresentar algumas diferenças entre si, especialmente no que diz respeito às impressões digitais.
Apesar de serem formados por um único óvulo e um espermatozoide, os gêmeos idênticos (ou univitelinos) possuem diferenças em suas impressões digitais, uma vez que o processo de formação dessa característica varia de pessoa para pessoa. Dessa forma, mesmo irmãos gerados ao mesmo tempo no útero não vão apresentar o mesmo padrão de linhas nos dedos.
O processo de formação das impressões digitais
Enquanto vivemos dentro do útero de nossas mães, os movimentos dos nossos dedos não seguem o mesmo padrão, e o mesmo vale para os gêmeos univitelinos. São essas movimentações que alteram o padrão de desenho das nossas digitais, o que também garante que nenhuma pessoa compartilhe uma impressão idêntica no mundo.
Um estudo divulgado pela Science em fevereiro deste ano mostrou que nossas digitais são formadas por três famílias de moléculas sinalizadoras. São elas, juntamente com as pequenas diferenças que temos nas formas de nossos dedos e o tempo de crescimento da pele, que ajudam a determinar como serão as nossas impressões únicas.
Além disso, há alguns outros fatores capazes de exercer influência na formação de uma impressão digital, como o comprimento do cordão umbilical, a posição do bebê no útero, o acesso aos alimentos fornecidos pela mãe e até mesmo a pressão sanguínea.
Outro ponto importante é que as digitais são formadas quando o feto tem entre 13 e 19 semanas de vida, e após esse período tal característica não sofre nenhuma alteração natural.
Quais são os detalhes de uma impressão digital?
Segundo Roel Nusse, biólogo da Universidade de Stanford e participante do estudo divulgado na Science, temos três padrões principais em nossas digitais: "turbilhões" (arranjos simétricos e circulares), "loops" (padrões curvos e mais longos) e "arcos" (descritos como cristas triangulares).
Mais um ponto importante sobre as nossas digitais é que a forma como ela termina (em uma espiral, arco ou laço) depende muito da anatomia do dedo e do momento exato da formação da crista, o que pode ser o centro da almofada macia levantada do dedo fetal, a ponta do dedo sobre a unha e o vinco na articulação onde o dedo se dobra.
Outro fato curioso sobre as impressões digitais é que elas podem sofrer algumas alterações ao longo do tempo por conta de condições da pele, cicatrizes, queimaduras e até mesmo uso de remédios (apesar deste ser um caso mais raro), que são capazes de atribuir novas características aos desenhos de nossos dedos de maneira temporária ou até mesmo permanentemente.