Nasa identifica possíveis 'vulcões de gelo' em Plutão

9 nov 2015 - 20h31
(atualizado em 10/11/2015 às 07h40)
Wright Mons, um dos dois possíveis "vulcões de gelo", foi localizado ao sul da planície de Sputnik
Wright Mons, um dos dois possíveis "vulcões de gelo", foi localizado ao sul da planície de Sputnik
Foto: Nasa

Dois possíveis "vulcões de gelo" foram identificados na superfície de Plutão.

Eles foram localizados em imagens enviadas pela sonda New Horizons, que passou pelo planeta-anão em julho.

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As montanhas têm alguns quilômetros de altura e dezenas de quilômetros de diâmetro.

Enquanto os vulcões da Terra expelem rocha derretida, os de Plutão – se é isso mesmo que eles são – liberariam um mistura gelada, parcialmente derretida, de substâncias como água, nitrogênio e metano.

O time responsável pela missão ainda precisa fazer mais análises para confirmar a descoberta.

Informações sobre a composição dos materiais que compõem o terreno local podem ajudar na tarefa.

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Descoberta convincente

A New Horizons ainda não enviou todas as informações registradas durante o sobrevoo a Plutão. Até agora, apenas cerca de 20% de suas observações chegaram até a Terra.

Se o crio-vulcanismo for comprovado, será uma incrível descoberta. A ocorrência do fenômeno já havia sido sugerida em vários outros corpos do Sistema Solar exterior, mas sem nada convincente ser detectado.

Os dois candidatos a vulcões de Plutão foram encontrados a sul de Sputnik Planum, planície lisa no equador do planeta.

Eles têm sido informalmente chamados de Wright Mons e Piccard Mons. Sua forma lembra, na Terra ou em Marte, a dos vulcões-escudo – extensos vulcões formados por repetidas erupções de fluídos de baixa viscosidade.

Comparação com Marte

Assim como suas supostas caldeiras, essas formações apresentam textura irregular em seus flancos, o que pode representar antigos “rios de lava gelada”.

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O quão recente estiveram em atividade, ninguém sabe dizer.

Piccard Mons (à esq.) and Wright Mons (à dir.); as cores da imagem divulgada pela Nasa indicam a altura: azul é baixo, verde é intermediário e marrom é alto
Foto: NASA/JPL-JHU/SWRI) / BBC News Brasil

“É espantoso que, em toda a exploração que fizemos, as construções mais próximas disso na vizinhança estejam em Marte”, afirmou o professor Alan Stern, o investigador principal da missão New Horizons.

“Não vimos nada como isso em todos os mundos do Sistema Solar médio. É realmente incrível.”

Já se passaram 120 dias desde que a New Horizons fez seu histórico sobrevoo sobre o planeta-anão e suas luas.

Desde então, a sonda já ultrapassou 140 milhões de quilômetros no Sistema Solar externo, a cerca de 5 bilhões de quilômetros da Terra.

Os responsáveis pela missão supervisionaram, na semana passada, o disparo do último dos quatro motores que colocaram a aeronave em seu curso em direção ao novo alvo, a ser alcançado em 2019.

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O objetivo é chegar até um corpo gelado muito menor, chamado de 2014 MU69.

A estimativa é que ele não tenha mais do que 45 quilômetros de diâmetro, mas espera-se que a New Horizons se aproxime mais desse objeto do que ocorreu com Plutão – foram 12,5 mil quilômetros de distância.

No entanto, a equipe ainda não obteve, formalmente, os recursos da agência espacial norte-americana para operar a sonda até o 2014 MU69.

O projeto científico para pleitear esse suporte financeiro deve ser submetido à Nasa no ano que vem.

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