O que fazem os astronautas da Starliner, que vão ficar 'presos' na estação espacial até fevereiro?

Segundo a Nasa, eles já foram integrados às rotinas da ISS, executando pesquisas científicas e ajudando na manutenção do laboratório

30 ago 2024 - 16h47

Os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams, que estão presos na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) desde junho já foram incorporados ao grupo de cientistas que ocupa a ISS e compartilham tarefas de pesquisa e manutenção do laboratório espacial, parte da rotina dos profissionais no espaço.

A dupla se juntou aos sete astronautas da expedição de número 71 que estão na estação espacial desde abril desenvolvendo pesquisas sobre doenças neurodegenerativas e botânica espacial, entre outros. A previsão é de que este grupo retorne em setembro, segundo a Agência Espacial Americana, a Nasa.

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Wilmore e Williams chegaram à ISS em 5 de junho em uma missão de apenas oito dias. O retorno teve de ser adiado devido a problemas técnicos apresentados pela espaçonave na qual viajaram, a Starliner, da Boeing.

A missão deles era justamente operar o primeiro voo tripulado da Starliner como pilotos de teste. Desde que o problema foi constatado, a Nasa vem estudando uma alternativa para trazer os astronautas de volta.

No último sábado, 24, em anúncio oficial, a agência informou que eles voltarão à Terra somente em fevereiro do ano que vem, em uma espaçonave da SpaceX que viajará à ISS com dois lugares vazios. A Starliner, por sua vez, voltará sozinha à Terra em setembro.

Quando participam de qualquer missão espacial, mesmo as mais curtas, os astronautas estão cientes de que situações como essa podem ocorrer e estão preparados para isso tanto do ponto de vista físico, quanto do psicológico. Wilmore é um veterano que já esteve na estação espacial russa MIR, desorbitada em 2001, e depois em missão na própria ISS. Williams também já é uma veterana da ISS.

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Por isso, informou a Nasa, rapidamente, Wilmore e Williams "mergulharam na vida da estação, vivendo e trabalhando em órbita baixa da Terra junto à tripulação da expecição 71?.

Os dois são capitães aposentados da Marinha dos Estados Unidos e astronautas com longas passagens pela estação espacial. Entre as funções desempenhadas no laboratório orbital estão testar técnicas para beneficiar o crescimento de plantas no espaço e executar tarefas operacionais para manter o laboratório funcionando. No tempo livre, os astronautas gostam de tirar fotos do espaço.

Uma nave de suprimentos enviada pelos EUA chegou à estação no início de agosto, levando roupas extras para os astronautas e comida para toda a tripulação, atualmente de nove pessoas. Segundo a Nasa, a ISS tem capacidade para abrigar até 13 pessoas.

Estadias prolongadas em gravidade zero podem provocar problemas de saúde, como fraqueza óssea e muscular, mas todos os astronautas são preparados para enfrentar tais situações.

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A exposição à radiação a longo prazo também pode ter efeitos maléficos sobre o DNA humano. Por isso, as agências espaciais têm limites específicos para a quantidade de radiação a qual os astronautas podem ser expostos ao longo de suas carreiras. De qualquer forma, a estadia prolongada dos dois astronautas está longe de ser um recorde de permanência no espaço.

O recorde pertence ao cosmonauta russo Valeri Polyakov, que esteve a bordo da estação espacial russa MIR por 437 dias, entre 1994 e 1995. Entre os astronautas da Nasa, o recorde é de Frank Rubio, que passou 371 dias no espaço e retornou em setembro do ano passado.

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