Maconha mais potente triplica risco de psicose, diz estudo

Pesquisa também mostrou que o risco de psicose é cinco vezes maior entre usuários diários da droga do que entre pessoas que não a consomem

16 fev 2015 - 06h59
(atualizado às 10h17)

O uso de 'skunk' - um tipo de maconha mais forte - triplica o risco de psicose, segundo estudo de uma universidade britânica.

Cientistas do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King's College de Londres apontaram também que o risco de psicose é cinco vezes maior entre usuários diários de maconha do que entre pessoas que não consomem a droga.

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Por outro lado, o uso de haxixe, uma forma mais branda da maconha, não aumenta o risco de psicose, disse o estudo, que acompanhou 780 pessoas.

Pesquisadores relacionaram frequência de uso e tipo de maconha a risco maior de psicose
Pesquisadores relacionaram frequência de uso e tipo de maconha a risco maior de psicose
Foto: BBC

A psicose refere-se a delírios ou alucinações que podem estar presentes em certas condições psiquiátricas, como esquizofrenia e transtorno bipolar.

"Em comparação com aqueles que nunca tinham experimentado maconha, usuários de maconha do tipo 'skunk', mais potente, tiveram um risco três vezes maior de psicose", disse Marta Di Forti, coordenadora da pesquisa.

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"O risco de psicose em usuários de maconha depende da frequência do uso e da potência da droga."

O 'skunk' contém mais THC (tetrahidrocanabinol) do que outras variações da cannabis, principal ingrediente psicoativo da maconha. Já o haxixe contém quantidades substanciais de outro produto químico chamado canabidiol, ou CBD.

Pesquisas sugerem que o CBD pode agir como um antídoto para o THC, contra-atacando os efeitos colaterais psicóticos.

'Salvando usuários'

Robin Murray, professor de pesquisa psiquiátrica do King's College, disse que "o trabalho sugere que poderíamos evitar quase um quarto dos casos de psicose se ninguém fumasse cannabis de alta potência".

"Isso pode salvar pacientes jovens e economizar dinheiro do sistema de saúde."

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Marta Di Forti pediu que seja adotada uma "clara mensagem pública" sobre os riscos da maconha mais forte. Ela também sugeriu que os médicos perguntem aos seus pacientes sobre seus hábitos de uso da droga, como já acontece no caso do álcool e tabaco.

A pesquisa foi realizada ao longo de vários anos e comparou 410 pacientes com idades entre 18 e 65 anos, que relataram um primeiro episódio de psicose num hospital psiquiátrico do sul de Londres, com 370 participantes saudáveis na mesma faixa etária e da mesma área de Londres.

O relatório será divulgado nesta semana na publicação científica The Lancet Psychiatry.

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