Uma vacina experimental contra a malária provou ser altamente eficaz em um pequeno teste clínico em estágio inicial em pessoas, aumentando a esperança no esforço global para combater a doença mortal, disseram pesquisadores dos Estados Unidos nesta quinta-feira na revista Science.
"Isso era algo que todos diziam que não era possível. E aqui está", disse a capitã da Marinha Judith Epstein, uma das pesquisadoras, em entrevista por telefone. "Agora estamos nos primeiros estágios de realmente ser capaz de ter uma vacina totalmente eficaz", acrescentou Epstein, que disse que espera obter o licenciamento da vacina no prazo de três a cinco anos.
A malária, comumente transmitida por mosquitos, infectou 219 milhões de pessoas em 2010 e matou cerca de 660 mil, de acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso se traduz na morte de uma criança por minuto na África.
"É uma importante prova de conceito", afirmou o doutor Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, sobre o teste clínico realizado de outubro de 2011 a outubro de 2012.
Fauci disse que os resultados do teste foram os mais promissores até agora de qualquer vacina experimental. A vacina foi produzida pela empresa privada Sanaria, de Maryland. Ele resistiu em chamar o resultado de um avanço, afirmando que o teste envolveu apenas um número pequeno de pessoas e que ainda não estava claro qual o tempo de proteção que a vacina contra a malária poderia oferecer.
O estudo envolveu 57 participantes saudáveis com idades entre 18 a 45 anos que nunca tiveram malária. Destes, 40 receberam a vacina e 17 não.
"Nós ainda não estamos realmente lá, mas é encorajador ver esses resultados muito favoráveis", disse ele.
A vacina, conhecida como PfSPZ, é feita a partir de parasitas vivos, porém enfraquecidos, das espécies Plasmodium falciparum, o mais mortal dos parasitas que causam a malária.