Pesquisa descobre "proteção" em pessoas sem Alzheimer

7 ago 2013 - 14h14
(atualizado às 14h26)

Um estudo publicado nesta quarta-feira no jornal especializado Neuron oferece uma explicação para algumas pessoas desenvolverem o mal de Alzheimer e outras não. Segundo os cientistas, a diferença nas pessoas saudáveis é que elas mantêm a separação entre uma proteína e uma enzima que, quando combinadas, dão início à degeneração celular característica da doença.

"É como separar fisicamente a pólvora do fósforo de tal maneira que a explosão é prevenida", diz Subhojit Roy, professor da Universidade da Califórnia em San Diego. "Saber como a pólvora e o fósforo são separados pode nos dar novas pistas sobre a possibilidade de parar a doença."

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Existem dois sinais do mal de Alzheimer no cérebro: aglomerados de placas da proteína beta-amiloide e "emaranhados" do lado de fora dos neurônios de outra proteína, chamada de tau. Para que os primeiros ocorram, é necessário que uma substância chamada de proteína precursora de amiloide (APP, na sigla em inglês) se combine a uma enzima. Esta "quebra" a APP em fragmentos tóxicos chamados de beta-secretase (também chamados de Bace).

"Ambas estas proteínas são altamente expressadas no cérebro", diz Roy. "Se elas são permitidas a se combinar continuamente, nós teremos o mal de Alzheimer."

Utpal Das, do laboratório de Roy, e seus colegas descobriram neste estudo que o hipocampo (uma região do cérebro) produz a proteína e a enzima continuamente - mas, para evitar que as duas se combinem, elas são separadas em "compartimentos" diferentes do órgão. "A natureza parece ter vindo com um truque interessante para separar os conspiradores", diz Roy.

Eles descobriram também que o aumento da atividade elétrica neuronal, conhecida pior acelerar a produção de beta-amiloide, também leva a um acréscimo na convergência APP- beta-secretase.

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Segundo Das, o estudo elucidou eventos moleculares iniciais que levam ao mal de Alzheimer. A descoberta poderia, no futuro, ajudar a tratar e até mesmo a prevenir a doença. "Um aspecto animador é que, talvez, possamos procurar por moléculas que mantém fisicamente separadas a APP e a Bace-1", diz Das.

Fonte: Terra
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