Duas pessoas foram detidas nesta sexta-feira nos estados do Amazonas e Roraima por suposta participação em uma rede de caça e comercialização ilegal de duas espécies de tartarugas características da região e que se encontram em perigo de extinção, segundo fontes policiais.
O juiz encarregado da investigação do caso emitiu até o momento 44 ordens de busca e revista, 11 mandatos de prisão e já declararam em delegacia 22 indivíduos investigados em diferentes cidades do norte do país.
Aparentemente, a chamada "Tartaruga-da-Amazônia" (do tipo podocnemis expansa) e a "Tracajá" (do tipo podocnemis unifilis) são muito cotadas nos restaurantes da zona, que utilizariam faturas falsas para lavar o dinheiro procedente destas atividades, e seu preço de mercado alcança números muito elevados.
Segundo o comunicado divulgado pela polícia, os traficantes ingressavam nos períodos de maior atividade cerca de US$ 455 mil semanais através da caça ilegal destas tartarugas e também são acusados de lavagem de dinheiro.
De acordo com as autoridades, os restaurantes poderiam ter utilizado as tartarugas para entregá-las já preparadas para seu consumo e em alguns casos vivas.
Além dos detidos, também estão sendo investigados pescadores, comerciantes, transportadoras e empresários da zona que poderiam ter colaborado com estas atividades e a polícia também suspeita que possam estar envolvidos alguns funcionários das administrações locais.
Todas as pessoas investigadas estão sendo conduzidas a dependências policiais para prestar declaração e no caso dos acusados sobre os que recai uma condenação de prisão preventiva, estão sendo dirigidos a diferentes prisões da zona.
As duas espécies capturadas por estas pessoas estão em perigo de extinção e costumam habitar grandes rios e lagos do Amazonas devido a seu tamanho e a seu peso. Por fim, a fêmea da "Tartaruga do Amazonas" pode chegar a pesar quase 100kg e medir ao redor de 1 metro de comprimento.