Reino Unido aprova 1º remédio antiviral oral contra Covid-19

Molnupiravir também aguarda aprovação nos EUA e na UE

4 nov 2021 - 10h20
(atualizado às 10h35)

A Agência Regulatória de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA) aprovou nesta quinta-feira (4) o remédio antiviral molnupiravir contra a Covid-19.

Molnupiravir é primeiro remédio a ser usado de forma oral e fora de hospitais contra Covid-19
Molnupiravir é primeiro remédio a ser usado de forma oral e fora de hospitais contra Covid-19
Foto: EPA / Ansa - Brasil

O medicamento, desenvolvido pela Merck Sharp & Dohme (MSD) em parceria com a Ridgeback Biotherapeutics, é o primeiro do mundo a ser administrado por via oral contra a doença.

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"O antiviral Lagevrio (molnupiravir) é seguro e eficaz na redução do risco de hospitalização e morte de pessoas com Covid-19, leve a moderada, que apresentam riscos aumentados em desenvolver a forma grave da doença", diz o texto da MHRA.

A orientação é que ele seja prescrito para quem teste positivo para o coronavírus Sars-CoV-2 e tenha, ao menos, um fator de risco associado à doença, como cardiopatia, diabetes, obesidade mórbida, mais de 60 anos, entre outros. A recomendação é dar a primeira pílula o mais rápido possível após o teste positivo e por cinco dias a cada 12 horas.

"Hoje é um dia histórico para o nosso país porque o Reino Unido se tornou o primeiro no mundo a ter aprovado um antiviral contra a Covid-19 que pode ser tomado em casa", disse o ministro da Saúde britânico, Sajid Javid.

A aprovação ocorre em um momento que o Reino Unido tem uma forte alta no número de casos de Covid-19 atribuída ao relaxamento total das restrições sanitárias e à lentidão na aplicação das terceiras doses nos grupos mais vulneráveis. Além disso, os britânicos demoraram muito - em comparação com os EUA e o resto da Europa a administrar a imunização em adolescentes.

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Segundo a MSD, o molnupiravir atua na replicação do Sars-CoV-2 e impede que o vírus se multiplique rapidamente no organismo. Assim consegue reduzir a gravidade da doença.

Em 1º de outubro, a farmacêutica divulgou os resultados de seus estudos clínicos, que mostraram que a droga conseguiu reduzir 50% das hospitalizações e as mortes pela doença. Dos 775 pacientes que participaram da pesquisa, todos tinham fatores de risco atrelados à Covid-19 e foram acompanhados.

No grupo que tomou o remédio, 7,3% foram hospitalizados ou morreram nos 30 dias depois do início da administração. Já no grupo de controle, 14,1% foram internados ou morreram nesse período e outros oito faleceram após os 30 dias.

O preço do remédio não foi divulgado, mas a MSD fechou um acordo com a organização sem fins lucrativos MPP, que tem o apoio das Nações Unidas, para não cobrar os royalties sobre o registro do produto para outros fabricantes de países pobres. .

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