De tempos em tempos ouvimos falar de algumas espécies de animais em risco de extinção, e os relatos mais recentes indicam que o sapo galinha-da-montanha é o novo membro deste grupo.
Essa espécie, que podia ser encontrada com facilidade há alguns anos na região do Caribe, conta agora com apenas 21 exemplares que vivem na ilha de Dominica. Os dados foram divulgados em um estudo recente sobre a população deste animal, indicando que algo precisa ser feito urgentemente para reverter esse quadro.
Maior espécie de sapo do mundo
O sapo galinha-da-montanha se diferencia de outros membros de sua família por apresentar características bem peculiares, como a possibilidade de pesar quase um quilo e ter força para saltar a altura de um homem adulto em pé.
Há duas décadas, a população desta espécie estava saudável e em crescimento, mas esse cenário mudou em 2002, quando um fungo mortal chegou à região e começou a diminuir a população dos sapos galinha-da-montanha. Estima-se que, num espaço de 18 meses, cerca de 80% deste exemplar tenham sido afetados pela chegada desta ameaça.
Um grupo de 28 pesquisadores chegou inclusive a fazer buscas na região na tentativa de encontrar o maior número possível de sapos galinha-da-montanha. No total, eles caminharam um total de 960 horas e contabilizaram apenas os 21 exemplares já mencionados. Além destes, eles também encontraram outros dois que foram vítimas de atropelamento.
"Infelizmente estamos encontrando cada vez mais sapos próximos de estradas bem movimentadas, já que eles saem em busca de água por conta da seca dos rios ocasionada pelas mudanças climáticas em Dominica", explicou Jeanelle Brisbane, do Programa de Recuperação dos Sapos Galinha-da-Montanhas, ao site IFLScience.
Intervenção humana
Não bastassem os próprios desafios naturais enfrentados pela espécie, é preciso pontuar também que a intervenção humana tem peso nessa história. Muito disso se deve especialmente a iniciativas de agricultura e desenvolvimento urbano, algo que acaba destruindo o habitat natural destes sapos.
Para o professor Andrew Cunningham, da Sociedade Zoológica do Instituto de Zoologia de Londres, há uma chance de que, em dois anos, essa espécie acabe sumindo da natureza, restando apenas aqueles que por acaso estiverem sob cuidado de algumas pessoas.
Esperança de sobrevivência
Ainda que o cenário não seja muito animador para a espécie, há uma chance de sobrevivência. Um dos sapos encontrados durante a investigação foi identificado com um representante da espécie de 11 anos, indicando que ele sobreviveu à pandemia de quitrídio (que dizimou populações de anfíbios em todo o mundo nas últimas três décadas).
Isso seria um indicativo de que alguns animais podem ser mais resistentes a essas ameaças, daí a proposta de tentar cruzar os genes desses sapos mais fortes para construir uma nova população mais diversa e capaz de repovoar a região no futuro.
