O estado da Malásia declarou crise hídrica esta semana após a seca que queimou grande parte do país normalmente chuvoso e causa preocupações crescentes sobre reservatórios cada vez menores.
O vice-ministro da Água, Mahdzir Khalid, alertou na terça-feira que o governo planejava realizar uma semeadura das nuvens sobre a capital, Kuala Lumpur, e arredores, onde os níveis dos reservatórios foram críticos desde a semana passada.
Negeri Sembilan, ao sul de Kuala Lumpur, declarou "estado de crise" na quarta-feira. O estado, na região central do país, divide seu estoque hídrico com a capital e outro estado, Selangor, o principal motor econômico do país.
"Não tivemos chuva aqui nos últimos dois meses e isso fez os níveis de água das nossas sete represas atingirem um ponto crítico", afirmou o ministro-chefe de Negeri Sembilan, Mohamad Hasan, citado pelo jornal The Star.
Autoridades encarregadas de desastres naturais em Negeri Sembilan começarão a fornecer água tratada para cerca de oito mil casas, que estão sem água, afirmou, acrescentando que as represas não conseguiram captar água de pelo menos dois rios que os alimentavam.
O departamento de meteorologia negou que a Malásia esteja em meio a uma seca incomum, insistindo que o clima quente e seco é normal durante os dois primeiros meses do ano.
Mas alguns consumidores em Kuala Lumpur e Selangor já tinham sofrido com o racionamento de água com os reservatórios na área parcialmente vazios.
A onda de calor também contribuiu para o aumento dos casos de dengue, ao acelerar o ciclo de vida do mosquito Aedes egypt, hospedeiro do vírus.
As mortes relacionadas com a doença - que a Organização Mundial da Saúde diz ser uma das ameaças virais de maior crescimento em todo o mundo, especialmente nas regiões tropicais - quase triplicaram para 22 nas primeiras cinco semanas de 2014 contra 8 no mesmo período de 2013.