Traços de câncer são achados em esqueleto de 3 mil anos

Ossada do Egito antigo, que pode ser a mais antiga já encontrada, indicaria que doença não estaria necessariamente associada a fatores da vida moderna

18 mar 2014 - 07h53
(atualizado às 10h35)
<p>Esqueleto encontrado no Vale do Nilo, no Sudão, analisado pela especialista Michaela Binder</p>
Esqueleto encontrado no Vale do Nilo, no Sudão, analisado pela especialista Michaela Binder
Foto: BBC

Pesquisadores encontraram indícios de câncer em um esqueleto de um homem que teria entre 25 e 35 anos e que viveu no Egito Antigo há cerca de 3.200 anos.

A nova descoberta, divulgada na publicação especializada Plos One, sugere, segundo o repórter de ciência da BBC Pallab Ghosh, que a doença não estaria somente ligada a fatores frequentemente associados ao mundo moderno, como o sedentarismo, o fumo, o estresse e a longevidade.

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A descoberta foi feita pela estudante de PhD Michaela Binder, da Universidade de Durham, em um esqueleto encontrado por ela no Vale do Nilo, no Sudão, em uma região que teria sido habitada no período do Egito Antigo.

Binder descobriu que os ossos do esqueleto estavam cheios de buracos.

Esqueleto encontrado no Vale do Nilo, no Sudão, analisado pela especialista Michaela Binder
Foto: BBC

Por meio de análises, realizadas em conjunto com pesquisadores do British Museum, em Londres, ela descobriu que os buracos indicavam metástases de câncer.

''Fiquei surpresa em encontrar esse tipo de câncer em um indivíduo do Egito Antigo, de 3.200 anos. Ainda não sabemos muito sobre a história do câncer, só foram encontrados alguns poucos indícios de câncer com mais de mil anos'', disse Michaela Binder.

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Os cientistas acreditam que esta seria a evidência mais antiga de câncer já encontrada.

A pesquisadora Kat Arney, do centro de pesquisas britânico Cancer Research UK, acredita que, com eventuais análises do DNA do esqueleto, ''poderemos ficar sabendo sobre mutações de genes que eles (os habitantes da época) apresentavam ou variações de genes, que podem ter feito com que eles ficassem mais suscetíveis a esse tipo de doença".

E isso, acrescenta ela, "poderia lançar luz sobre a evolução da doença, bem como sobre a evolução da espécie humana".

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