Ao menos 89 elefantes foram massacrados por caçadores na semana passada em uma única noite perto da cidade de Ganba, ao sul do Chade, afirmou o WWF nesta terça-feira em um comunicado. Entre os animais mortos estavam 33 mães em período de aleitamento e 15 filhotes, indicou a organização de defesa do meio ambiente.
"Os caçadores, cerca de 50 homens a cavalo, falavam, em 'árabe", segundo líderes locais citados pelo comunicado, que afirmaram que o exército do Chade foi enviado para "parar os criminosos".
"É um dos piores incidentes de caça na região desde o massacre de mais de 300 elefantes no Parque Nacional camaronês de Buba N'Djida (norte) em fevereiro de 2012", ressaltou o WWF.
"De acordo com as evidências, foi o mesmo grupo de caçadores sudanês que matou (os 300 elefantes em Camarões), obrigando o país a mobilizar forças especiais para proteger os elefantes", considerou Bas Huijbregts, chefe da campanha da WWF contra o comércio ilegal de espécies selvagens na África Central.
"Este incidente no Chade coloca em evidência a necessidade de uma abordagem regional para lutar contra a caça", acrescentou.
Em muitas zonas estratégicas da África Central, os caçadores se aproveitam da porosidade das fronteiras para circular de um país para o outro. Na África, uma parte do dinheiro deste tráfico de animais serve para financiar vários grupos armados, afirma a WWF.
"Contudo, apenas o fim da demanda por marfim em países como a Tailândia e a China que asseguraria a sobrevivência dos elefantes na África Central", considerou Huijbregts.
O preço do quilo do marfim ultrapassou os 2.000 dólares no mercado negro asiático por causa da demanda em constante aumento, segundo várias ONGs.
De acordo com um relatório da WWF de dezembro, a caça, com um lucro estimado em 19 bilhões de dólares por ano, se tronou o quarto maior mercado ilegal do mundo, atrás das drogas, dinheiro falsificado e tráfico humano.