Cientistas colocaram a internet na 'balança' e ela pesa mais que um Celta quatro portas; entenda

Pesquisadores revisitam estimativas antigas e sugerem que, se armazenada em DNA, a internet pesaria 960 kg

27 mar 2025 - 16h14

Apesar de "invisível", a internet pode ter o seu peso físico calculado e o mais surpreendente: elas é mais pesada que um carro popular, como o Celta Life 1.0 2011. A revista Wired, usando como base um estudo americano de 2021, feito por pesquisadores do Laboratório Nacional de Los Alamos, estimou que a internet pesa cerca de 960,9 kg, ou 100 kg a mais que o clássico carro da Chevrolet.

De acordo com a publicação, o desafio de "pesar" a internet começou em 2006 com o físico Russell Seitz, da Universidade Harvard. Ele tentou calcular sua massa com base na energia necessária para alimentar servidores e concluiu que a internet pesaria cerca de 50 gramas, o equivalente a alguns morangos.

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Esse cálculo, no entanto, passou a ser questionado com o crescimento do tráfego de dados e o avanço das abordagens científicas para realizar a estimativa. O aumento da conectividade global nos últimos e a presença massiva de inteligência artificial (IA) na rede fizeram o cálculo mais recente trazer um resultado consideravelmente mais alto.

A internet pesa mais que um Celta 2011
A internet pesa mais que um Celta 2011
Foto: Estadão e Chevrolet/Divulgação / Estadão

Para estimar o peso atual da internet, a Wired olhou para o trabalho dos pesquisadores de Los Alamos, que estimou que a internet alcançaria 33 zettabytes de dados até 2025. Segundo os cientistas, o DNA é uma das soluções estudadas para arquivamento de longo prazo de informações, pois pode codificar grandes quantidades de dados em um espaço reduzido. Atualmente, de acordo com os pesquisadores, 1 grama de DNA possa armazenar 215 petabytes (ou 215 x 10¹5 bytes).

Aplicando essa lógica, a Wired estimou que toda a internet caberia em 960,9 kg de DNA, o que equivale ao peso de aproximadamente dez homens adultos, ou cerca de 100 kg a mais que o Celta Life 1.0 2011 duas portas (860 kg) e o Celta Spirit 1.0 2011 quatro portas (890 kg).

A busca pelo peso da internet

O desafio de "pesar" a internet começou lá em 2006, com o físico Russell Seitz, de Harvard, que tentou fazer a medição calculando sua massa com a energia necessária para alimentar servidores. Sua conclusão foi que a internet pesaria cerca de 50 gramas, o equivalente a alguns morangos.

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Outra tentativa foi feita em 2018, com um estudo liderado por Christopher White, da NEC Laboratories America. O artigo propôs outra forma de medir a massa da internet. A equipe partiu da premissa de que, até 2025, o volume de informações digitais atingiria 175 zettabytes — ou 1,65 x 10²4 bits. Com isso, foi possível calcular a energia mínima necessária para armazenar todos esses dados e convertê-la em massa usando a equação de Einstein (E = mc²). Ao aplicar a equação de Einstein a esses dados, White chegou a um valor de 5,32 x 10?¹4 gramas — um número minúsculo, sem impacto prático significativo.

Assim, o estudo de Los Alamos, que aposta no DNA como repositório de informações, estimou um peso maior mesmo apostando que o volume de informações da internet seja bem menor do que o trabalho da NEC.

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