Uma equipe internacional de cientistas conseguiu produzir nanodiamantes — diamantes minúsculos — a partir de plástico PET. O estudo se baseou na reprodução de um processo que se acredita acontecer no interior dos planetas Netuno e Urano, a “chuva de diamantes”.
A pesquisa, publicada neste mês no periódico "Science Advances", é a continuação de um estudo de 2017, em que os pesquisadores usaram poliestireno (que contém os mesmos elementos de carbono e hidrogênio encontrados em Netuno e Urano) e o submeteram a condições de temperatura e pressão semelhantes às do interior dos dois planetas.
Usando um laser superpotente, os cientistas elevaram rapidamente a temperatura do material para 5 mil Kelvin (cerca de 4,7 mil °C), com uma compressão de 150 gigapascals (pascal é a unidade padrão de pressão e tensão).
A partir desse processo, os pesquisadores tiveram sucesso na produção de nanodiamantes. No entanto, perceberam que faltava um elemento: o oxigênio. Por isso, cinco anos mais tarde, eles conduziram uma pesquisa semelhante, usando, desta vez, o polietileno tereftalato (PET), que, além de carbono e hidrogênio, tem oxigênio.
Colocando o material novamente sob condições de temperatura e pressão similares às dos planetas, os cientistas obtiveram bons resultados. Eles descobriram que o oxigênio contribui para a formação dos nanodiamantes.
Além de encontrar uma nova possibilidade para a reciclagem do PET, a pesquisa também pode ajudar em futuros estudos sobre fenômenos que podem estar acontecendo em planetas como Urano e Netuno. Os cientistas, agora, devem buscar maneiras de reduzir o tempo de produção e aumentar a quantidade de diamantes, usando lasers mais acessíveis, ainda que superpotentes.