Pegar objetos com garras robóticas não é uma tarefa fácil, e você sabe disso se já tentou aquele brinquedo de parque que agarra bichos de pelúcia com um braço mecânico. Mas agora isso pode mudar: cientistas da Universidade Harvard (EUA) descobriram um método mais simples que resultou em artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
A pós-doutoranda de engenharia mecânica e primeira autora do estudo, Kaitlyn Becker, argumentou que o intuito era reimaginar como interagimos com objetos.
“Ao aproveitar a conformidade natural da robótica suave e aprimorá-la com uma estrutura compatível, projetamos uma garra que é mais do que a soma de suas partes, com uma estratégia de apreensão que pode se adaptar a uma variedade de objetos complexos com o mínimo de planejamento”, comentou.
Foi assim que a equipe criou um robô com tentáculos capaz de capturar objetos frágeis suavemente. Veja:
Como funciona?
O ponto forte da garra, dividida em quatro filamentos, é a sua capacidade de se entrelaçar com o objeto que está tentando agarrar. Cada filamento têm tubos ocos de borracha, com um lado da borracha mais grosso que o outro. Isso faz com que, quando pressurizado, eles se enrolem no objeto que estão tentando pegar, como o rabo de um porco.
Cada emaranhamento aumenta a força da estrutura, mas cada contato é individualmente fraco e não danifica nem os objetos mais frágeis. Para liberar o objeto das garras, basta despressurizar os filamentos.
Aplicações possíveis
Para testar a eficácia do aparelho robótico, pesquisadores usam simulações e experimentos com plantas e brinquedos. No mundo real, elas poderiam ser usadas para manipular frutas e vegetais, na produção agrícola; tecidos delicados em ambientes médicos; e até objetos de formato irregular em armazéns, como artigos de vidro.
“Esta nova abordagem para a preensão robótica complementa as soluções existentes, substituindo garras simples e tradicionais que exigem estratégias de controle complexas por filamentos extremamente compatíveis e morfologicamente complexos, que podem operar com um controle muito simples”, comentou Robert Wood, coautor do artigo e professor de engenharia e ciências aplicadas.