Uma recente descoberta traz um novo olhar sobre nosso conhecimento em torno da evolução dos vertebrados. Cientistas de Harvard (EUA) descobriram um novo fóssil de vertebrado de corpo mole na região da Grande Bacia Americana — região país entre os estados de Oregon, Idaho, Nevada, Utah, Wyoming, Colorado e a Califórnia.
Segundo pesquisadores, a nova espécie de cordado, denominada Nuucichthys rhynchocephalus traz indícios raros sobre a evolução inicial dos vertebrados e suas transições morfológicas a partir dos invertebrados.
"O registro fóssil do Cambriano mostra que a maioria dos filos animais se diversificou e povoou os oceanos da Terra há cerca de 518 milhões de anos. No entanto, apesar de fazer parte dessa diversificação inicial, os cordados — um grupo que inclui vertebrados como os humanos — são relativamente raros em fósseis de mais de 50 sítios do Cambriano em todo o mundo', diz o estudo.
O artigo científico foi publicado na Royal Society Open Science, e tem autoria dos professores de Harvard Rudy Lerosey-Aubril e Javier Ortega-Hernández.
A descoberta desta nova espécie contribui para a evolução inicial dos vertebrados e para a biodiversidade devido à escassez desses tipos de organismos em sítios fósseis do Cambriano, incluindo o sul da China, o nordeste dos Estados Unidos e a Colúmbia Britânica.
Em seu artigo, Lerosey-Aubril e Ortega-Hernández descrevem o Nuucichthys como tendo um corpo em forma de torpedo, sem barbatanas, que inclui uma série de marcadores característicos de vertebrados.
“Os primeiros vertebrados começaram a ter olhos grandes e uma série de blocos musculares que chamamos de miótomos, e isso é algo que reconhecemos muito bem em nosso fóssil”, disse Lerosey-Aubril.
“Mas todas essas características claramente apontam para algumas afinidades vertebrais. E como é muito cedo na evolução dos vertebrados, eles ainda não têm ossos — é por isso que esses fósseis são extremamente raros", incluiu o cientista.
A região de Drumian Marjum, onde o novo fóssil foi encontrado, tem sido intensamente investigado desde 2022 por um grupo internacional de paleontólogos liderados por Lerosey-Aubril e Ortega-Hernández, e ambos acreditam que os esforços de coleta neste local podem resultar na descoberta de novos espécimes de Nuucichthys rhynchocephalus.