Coca-Cola usa inteligência artificial para recriar anúncio nostálgico de Natal, mas gera críticas sobre distanciamento emocional e desvalorização da criatividade humana.
A Coca-Cola está lucrando com a sua nostalgia ao reinterpretar um de seus comerciais mais famosos utilizando a tecnologia de inteligência artificial generativa. O recente anúncio da Coca-Cola Company para as celebrações de fim de ano é uma revisitação do seu anúncio de 1995, "Holidays Are Coming", que, para muitos, se tornou um ícone dessa época do ano desde que foi ao ar pela primeira vez.
Este é o primeiro anúncio completamente produzido por IA da companhia. A primeira versão do anúncio da Coca-Cola, que tem atraído toda a atenção negativa, possui apenas quinze segundos de duração. No entanto, é facilmente reconhecível graças à recriação gerada por inteligência artificial das imagens de caminhões da Coca-Cola atravessando paisagens cobertas de neve, ao som da música original reciclada.
Veja a versão original:
A Adweek, uma revista pública especializada, divulgou uma versão integral na sexta-feira.
"É uma loucura que essa seja a empresa que literalmente deixou o Papai Noel vermelho por causa do quão icônicos seus anúncios eram, agora eles estão apenas fazendo sujeira", escreveu um usuário no X.
Veja a versão com inteligência artificial:
Embora o uso da IA no processo criativo possa ser interpretado como um progresso tecnológico, a seleção da Coca-Cola reflete questões mais abrangentes sobre a função da criatividade humana em um mercado publicitário cada vez mais automatizado.
No ambiente empresarial, a aplicação da inteligência artificial não se limita à melhoria de processos, mas também à reformulação da maneira como as empresas se relacionam emocionalmente com seus consumidores.
A Coca-Cola, que tem uma imagem tradicional de calor humano e união familiar durante as celebrações, ao empregar a IA em sua campanha de Natal, pode afastar os consumidores que percebem na tecnologia um distanciamento da essência emocional.
Assim, talvez seja possível entender as críticas geradas pela campanha, como uma sensação de que um dos principais anunciantes mundiais estaria, de certa maneira, "desvalorizando" a criatividade humana em prol de uma estratégia mais mecanizada e, possivelmente, mais econômica.