O Griffith Observatory, em Los Angeles (EUA), tem papel mais importante que ser cenário de filmes, pois populariza gratuitamente a astronomia, com equipamentos de ponta e astrônomos à disposição dos visitantes. O planetário, o telescópio Zeiss e mais outros telescópios oferecem o acesso ao universo e são visitados por milhões de pessoas.
Uma das cenas mais icônicas do filme vencedor de Oscar La La Land (2016) mostra o casal Mia (Emma Stone) e Sebastian (Ryan Gosling) dançando entre as estrelas de um planetário após visita noturna ao Griffith Observatory, em Los Angeles (EUA). Famoso por ser cenário de filmes, o local tem um papel muito mais importante: ele populariza gratuitamente a astronomia com equipamentos de ponta.
Além do La La Land, ele já foi cenário para Exterminador do Futuro (1984), De Volta para o Futuro (1985) e Juventude Transviada (1955). E, sim, talvez essas produções tenham ajudado a popularizar o local até se tornar o observatório mais visitado do mundo.
Mas, além dos apaixonados por cinema, o local atrai os apaixonados por astronomia, com exposições, um planetário, telescópios modernos e astrônomos à disposição dos visitantes para esclarecer qualquer dúvida sobre o céu. D
O Byte visitou o Griffith em maio de 2024 para entender um pouco da magia que engloba essa expedição. Primeiro, vamos aos dados:
- Em 1896, o empresário britânico Griffith Jenkins Griffith doou o terreno à Los Angeles como forma de agradecer a cidade que ele morava e o ajudou a prosperar;
- Em 1912, após se emocionar em uma visita ao observatório de pesquisa Mount Wilson (EUA), ele ofereceu à cidade de Los Angeles US$ 100.000 para que um observatório fosse construído. Ele faleceu em 1919;
- O sonho do empresário começou a se tornar realidade em 1930, quando o Griffith Trust (conselho administrativo para as despesas do patrimônio de Griffith) recrutou alguns dos principais astrônomos e cientistas da época para planejar a construção do Observatório;
- A inauguração formal do Observatório Griffith ocorreu em 14 de maio de 1935;
- Depois de quase 67 anos de uso contínuo e 70 milhões de visitantes, o Observatório Griffith foi fechado em janeiro de 2002 para reformas, sendo reaberto ao público em 2006.
Como é visitar o "Griffith Observatory"?
O passeio começa já do lado de fora do prédio, pois, sua localização no topo de uma montanha proporciona uma vista espetacular da cidade de Los Angeles, inclusive, do famoso letreiro de Hollywood.
Por isso, se perca no tempo e passe muitas horas no local, para ver a cidade de dia, apreciar o pôr-do-sol e ver as luzes iluminando a noite.
Dentro do prédio, há diversas exposições que explicam todos os fenômenos astronômicos de forma lúdica, com vídeos, projeções e interações digitais.
O Ahmanson Hall of the Eye revela como o Sol e a Lua interagem com a Terra para moldar a forma como o nosso planeta funciona.
Como ocorrem os eclipses, as estações do ano, o nascer e o pôr-do-sol conforme cada estação, as ressacas marítimas e as fases da Lua são algumas das informações compartilhadas nessa ala do observatório.
Já o Wilder Hall of the Eye ilustra a natureza e o progresso da observação humana do céu e as ferramentas usadas para essa exploração.
É a oportunidade que os visitantes têm de manipular ferramentas ópticas, telescópios, lentes e espelhos, para compreender como a introdução do telescópio mudou profundamente a nossa observação do céu e a percepção do nosso lugar no universo.
Além dos dados técnicos, o museu ainda explora as culturas ancestrais que se baseavam no céu para conduzir a agricultura, entre outras tradições que envolvem o homem e o universo.
A visita ao Griffith é gratuita, com exceção à apresentação do planetário, que custa U$ 10 dólares (cerca de R$ 53,00).
Planetário
O planetário Samuel Oschin tem cúpula de alumínio e pouco menos de 23 metros, características que o tornam um dos maiores e mais avançados planetários tecnológicos do mundo.
Com sistema de projeção digital, sistema de som e iluminação teatral, tem capacidade para 290 lugares, e, segundo o site do Observatório, "é o melhor planetário do mundo". Cada show é apresentado por um contador de histórias que apresenta a projeção que será assistida na cúpula do planetário.
Atualmente, um dos vídeos em exibição é o "Sinais da Vida", que foi assistido pelo Byte e tem cerca de 35 minutos de duração.
A imersão que o vídeo proporciona é impressionante, em determinado momento, você esquece que está assistindo a uma projeção em uma sala de teatro e se imagina voando pelo universo. A experiência é inesquecível e fica guardada só na memória dos visitantes, já que fotos e vídeos são proibidos.
"A apresentação Signs of Life leva os visitantes a descobrir o que foi necessário para colocar vida no universo. A Terra é a plataforma de lançamento para Marte, as luas de Júpiter e Saturno e os planetas além da nossa Via Láctea, na busca por respostas para os mistérios que cativam a nossa imaginação", descreve o Observatório em seu site oficial.
Telescópio Zeiss
Mais de sete milhões de pessoas já observaram o céu pelo telescópio refrator Zeiss de 12 polegadas (aprox. 30 cm) do Observatório Griffith. O que o torna mais acessado do qualquer outro telescópio no mundo.
No entardecer, começa a se formar a fila de curiosos para observar o céu por esse gigante no Observatório Griffith — ele tem acesso gratuito aos visitantes e é aberto todas as noites para observação, sempre com dois especialistas auxiliando.
O telescópio fica em uma montagem inclinada (uma montagem equatorial) alinhada com o eixo da Terra, e é girado lentamente por um motor para compensar a rotação da Terra, de modo que os objetos permaneçam centralizados à vista pelo tempo que for desejado.
Segundo o Observatório, o telescópio Zeiss atende até 600 visitantes por noite.
"Embora o Refrator Zeiss seja um telescópio de qualidade profissional, ele é pequeno para os padrões profissionais. Foi escolhido porque, para uso visual, proporciona uma visão tão nítida quanto possível da superfície da Terra quando usado em objetos brilhantes apropriados para visualização pública", diz o site da instituição.
Outros telescópios
Pensando nos visitantes que não podem acessar o Zeiss (é preciso subir escadas), o Griffith disponibiliza todas as noites telescópios independentes no parque bem em frente ao prédio, estes também são acompanhados por astrônomos experientes que ensinam como conduzir o aparelho e o que observar no céu do dia.
Além disso, o Observatório tem vários telescópios que funcionam com moedas ao longo do edifício. Esses dispositivos permitem que os visitantes observem objetos na Bacia de Los Angeles e nas montanhas ao redor.
Já a ala Ahmanson Hall of the Sky abriga os três telescópios solares. Em dias claros, proporcionam ao visitante vistas de diferentes aspectos do sol.
"Estas são imagens reais e ao vivo que são trazidas para o museu a partir de um dispositivo de rastreamento chamado celostato, localizado na cúpula oeste do edifício".