Como funciona o medidor de buscas do Google nos debates eleitorais

Google Trends oferece possibilidades e diferentes recortes de pesquisa a partir de pesquisas feitas por usuários em tempo real

17 out 2022 - 17h01
(atualizado em 18/10/2022 às 12h45)
Google Trends: ferramenta funciona em tempo real e histórico com termos mais buscados
Google Trends: ferramenta funciona em tempo real e histórico com termos mais buscados
Foto: Reprodução / Google

Durante o último debate eleitoral de candidatos a presidente do domingo (16), a ferramenta Trends, do Google, fez a medição de termos mais buscados antes, durante e depois da discussão, o que permitiu acompanhar a evolução da quantidade de pesquisas por uma determinada palavra-chave. Criada em 2006, essa função é gratuita e pode ser acessada por qualquer pessoa. 

A ferramenta funciona em tempo real e histórico. Os dados em tempo real são uma amostra aleatória das buscas dos últimos sete dias, enquanto os históricos são uma outra amostra da base de dados completa do Google que pode retroagir a qualquer ponto, desde 2004 até a última hora. 

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Ao pesquisar por um termo, a ferramenta mostra um gráfico no qual a linha horizontal representa o tempo — que pode ser filtrado a partir de 2004 até a última hora ou ainda, por um período de tempo personalizado. Enquanto a linha vertical, mostra o volume de buscas.

O usuário pode ainda refinar a pesquisa por critérios de país, tempo, categoria (artes e entretenimento, finanças, jogos e etc) ou tipo de busca por imagens, notícias, compras, pesquisa do YouTube ou “web search”, que é a procura mais comum no Google. 

Medidor de buscas usado nos debates

No caso das eleições, no fim de agosto, faltando pouco mais de um mês para o primeiro turno, a empresa lançou a Central Google Trends - Eleições 2022, uma página especial que reúne dados e insights sobre a disputa eleitoral de acordo com o que as pessoas consultam no Google de acordo com cada candidato.

“Nosso objetivo é oferecer possibilidades e diferentes recortes de pesquisa a partir dos dados de Trends em único lugar”, informou o Google na época. 

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A Band, que realizou o primeiro debate presidencial, do segundo turno, firmou uma parceria com o Google e com o YouTube para monitorar os termos pesquisados pela população enquanto os candidatos discutiam assuntos e propostas. Neste caso, o Trends funciona diferente. 

De acordo com uma publicação da emissora, foram separados 160 termos ligados a oito temas-chave, além dos nomes de candidatos e partidos. À medida que os candidatos davam andamento ao debate, os termos pesquisados no Trends eram associados ao horário e aos candidatos. No monitoramento, por exemplo, dava para saber qual o nome do candidato mais procurado nas últimas quatro horas. 

Análise de dados 

Como os dados do Trends são apresentados em um índice, geralmente as pessoas nos perguntam: “O quão importante é isso?”. E há algumas formas de responder a essa questão. A primeira é entender o interesse de busca relativo em um tópico comparado a si mesmo — ou o que é nomeado de “pico”.

Quando há buscas suficientes sobre um determinado assunto, como durante o debate, dados mostram os temas (ou nomes) na escala de 0 a 100. O índice 100 indica o pico de interesse, e zero, o menor patamar — mas isso não significa que não houve busca alguma, e sim que foi insuficiente para pontuar naquele período. Desta forma, a maneira correta de abordar esse índice é sem o percentual (“80”, em vez de “80%”).

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Um valor de 50, por outro lado, quer dizer que a palavra buscada teve metade da popularidade naquele período. Uma pontuação de 0 significa que o termo teve menos de 1% da popularidade que o pico.

Um exemplo disso foi o primeiro debate dos candidatos a presidente no segundo turno. O termo “desmatamento” foi o mais buscado no Google e atingiu o “pico” após ter ganhado destaque quando o atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) ter afirmado que houve mais desmatamento no primeiro mandato do ex-presidente Lula (PT) (2003-2006) do que no atual governo (2019-2022). 

Interesse de pesquisa durante o debate

O Google personalizou uma aba no Trends (como um Story) para analisar o interesse de busca dos usuários durante o debate que ocorreu neste domingo. As palavras foram filtradas entre às 20h04 e 21h56. Neste período, Lula foi o mais pesquisado, com 54% das buscas — atingindo o pico às 21h32 — enquanto Bolsonaro ficou com 46%. 

A plataforma alerta, contudo, que a página é atualizada automaticamente, e que os dados do Google Trends não devem ser interpretados como intenção de voto.

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Interesse de busca por "Lula" e "Jair Bolsonaro" durante o debate
Foto: Reprodução / Google Trends

Os dados também foram compilados de acordo com temas relacionados ao nome dos candidatos, região de procura e questões envolvendo o próprio debate. De acordo com a companhia, as caixas mostram dados das sessões de busca dos usuários e podem conter informações imprecisas ou não relacionadas aos candidatos. Em outras situações, não há dados suficientes para exibir em uma caixa.

Fonte: Redação Byte
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