Como funcionam estádios refrigerados da Copa do Catar

Técnica usada combina isolamento do ambiente com "resfriamento direcionado ou pontual", que só ocorre nos pontos onde as pessoas estão

22 nov 2022 - 05h00
Estádio do Catar para a Copa do Mundo 2022
Estádio do Catar para a Copa do Mundo 2022
Foto: Reprodução/YouTube Qatar2022

A Copa do Mundo do Catar começou com uma marca inédita antes mesmo da primeira bola ser chutada: seus oito estádios foram os primeiros da história do torneio totalmente com ar condicionado para todo o público pagante e demais presentes.

Segundo a Fifa, entidade máxima do futebol, a técnica usada combina isolamento do ambiente com "resfriamento direcionado ou pontual". Ou seja, o ar refrigerado só ocorre nos pontos onde as pessoas realmente estão. E o próprio design do estádio atua como uma barreira para impedir entradas de calor.

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O ar condicionado entra por grades nas arquibancadas e bocais grandes no campo. Usando a clássica técnica dos condicionadores, o ar resfriado é puxado, resfriado, filtrado e lançado para fora novamente.

"Essas tecnologias de resfriamento usam as mesmas ferramentas, mas em uma escala muito maior", disse Saud Abdulaziz Abdul Ghani, engenheiro do Sudão criador da técnica e apelidado de "Dr. Cool" por conta de seus projetos.

O Comitê Supremo de Entrega e Legado da Fifa entrou em contato com a Universidade do Catar, onde ele é professor da Faculdade de Engenharia, para encontrar soluções para segurar a onda das altas temperaturas do país.

Estádios do Catar tem sistema de ar condicionado com bocais perto do campo
Foto: Reprodução/YouTube Qatar2022

"Quando estávamos preparando nossa apresentação para a Copa do Mundo em 2022, queríamos uma candidatura única que se destacasse entre outros países. A maioria deles geralmente apresenta seus estádios como uma ideia de design e não uma tecnologia. Apresentamos nossos estádios de uma nova maneira – como uma tecnologia", defendeu.

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"Não estamos apenas resfriando o ar, estamos limpando-o", disse Saud. "Estamos purificando o ar para os espectadores. Por exemplo, as pessoas que têm alergias não terão problemas dentro de nossos estádios. Temos o ar mais limpo e puro que existe."

A tecnologia deste ano é considerada 40% mais sustentável do que as técnicas recentes. Os estádios só precisam ser resfriados duas horas antes de um evento ou jogo, reduzindo assim o consumo de energia do local. Além disso, a técnica trabalha com o design do estádio a seu favor, tornando-o mais eficiente e ecologicamente correto. Para isso, o tamanho e o design dos locais foram estudados e alterados para bloquear a entrada de ar quente.

O maior desafio, no entanto, é a abertura na parte superior do estádio, por onde entra a maior parte do ar quente. Por isso a circulação é diferente em cada estádio, a depender de sua forma, altura e largura. 

Como exemplo de mudança crucial, o estádio Al Bayt, inicialmente projetado com uma fachada mais escura, agora apresenta uma mais clara. Isso reduziu a temperatura dentro do estádio em cerca de cinco graus Celsius. Em outro, o Al Janoub, os difusores sob o assento empurram o ar para fora em um ângulo capaz de devolvê-lo já menos quente.

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O vídeo abaixo dá mais detalhes de todo o projeto (em inglês).

Fonte: Redação Byte
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