Como funcionou o teste de integridade da urna eletrônica

Em todos os testes realizados desde 2002, as urnas eletrônicas foram aprovadas na avaliação. Projeto deste ano incluiu a leitura biométrica

7 out 2022 - 12h26
(atualizado às 12h28)
Em vez de 100 urnas eletrônicas, a Justiça Eleitoral fez o teste de integridade em 641 em 2022
Em vez de 100 urnas eletrônicas, a Justiça Eleitoral fez o teste de integridade em 641 em 2022
Foto: Poder360

O projeto-piloto do teste de integridade das urnas eletrônicas teve "100% de aprovação", segundo o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, na quinta-feira (6). A informação confirma a segurança do processo eleitoral eletrônico no Brasil, apesar das críticas constantes do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do seu entorno político.

O teste de integridade é realizado desde 2002, e foi repetido em 2004, 2006, 2008, 2010, 2012, 2014, 2016, 2018 e 2020. Em todas as ocasiões, as urnas foram aprovadas na avaliação. “Ou seja, são 20 anos de absoluta lisura das urnas eletrônicas com comprovação imediata do Teste de Integridade”, afirmou Moraes.

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Neste ano, devido à polêmica sobre a possibilidade de as urnas serem fraudadas, o TSE realizou mudanças no processo a pedido das Forças Armadas, após um longo embate com o órgão. Uma delas é que, em vez das 100 urnas tradicionais, a Justiça Eleitoral testou 641 em 2022. Todas as urnas conferiram os votos digitados nos aparelhos com os votos apresentados em papel.

"O teste é filmado integralmente para comparar os votos dados em papel, que são preenchidos anteriormente por estudantes e partidos políticos, e digitados, no momento da realização do teste, por servidores da Justiça Eleitoral”, ressaltou Moraes.

Outra mudança deste ano é que o teste de 2022 incorporou um projeto-piloto para a inclusão da biometria de eleitores, uma das novidades tecnológicas do pleito deste ano. No entanto, a análise da biometria ocorreu só em 56 das 641 urnas – sorteadas ou indicadas por partidos na véspera das eleições.

Como funciona o teste de integridade

O teste é uma forma de verificar que a urna eletrônica registra todos os votos que o eleitor digita, além da contabilização deles, para que o resultado das eleições corresponda à totalidade de votos digitados nos respectivos candidatos. 

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Eleitores reais não participam do teste de integridade, ou seja, são votos simulados, que não contam no resultado real das eleições. Participaram neste ano 2.044 "eleitores" voluntários de 58 seções eleitorais. O projeto é flexível, podendo ser adequado às possibilidades dos Tribunais Regionais Eleitorais. Também é filmado e transmitido pela internet.

O teste foi realizado no mesmo dia e horário da eleição do primeiro turno, com a presença de entidades fiscalizadoras, representantes dos partidos políticos, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Ministério Público.

No dia anterior à eleição, com a participação das entidades fiscalizadoras, há o sorteio e a escolha das seções eleitorais que serão auditadas. Cada entidade pode escolher uma seção. Depois disso, o juiz eleitoral providenciará o transporte das urnas selecionadas. 

Na data do pleito, às 7h, após ligar a urna, um dos integrantes da equipe de testadores realiza o teste no teclado na urna do eleitor, de acordo com as instruções na tela. Em seguida, emite a zerésima, o resumo da zerésima da urna e a zerésima do sistema de apoio à votação. A zerésima é o relatório emitido antes da votação, que comprova que nenhum voto foi registrado até aquele momento. Todos esses papeis devem ser assinados pela comissão de auditoria, Ministério Público e fiscais.

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Das 8h às 17h, na mesma hora em que ocorre a votação oficial, os números anotados em cédulas de papel previamente preenchidas são digitados, um a um, nas urnas eletrônicas. Paralelamente, os votos em papel também são registrados em um sistema de apoio à votação, que funciona em um computador.

Concluído o teste, às 17h, o resultado é apurado na urna eletrônica e confrontado com o obtido através da apuração manual. Essa comparação é feita para aferir se o voto eletrônico funcionou adequadamente e se os votos em papel, digitados na urna, foram os mesmos registrados pelo aparelho.

Durante a fiscalização, ainda é verificado se há coincidência entre as cédulas; os boletins de urna; os relatórios emitidos pelo sistema de apoio à auditoria e o Registro Digital do Voto (RDV), a tabela digital em que são assinalados os votos eletrônicos. 

Para entender todo o processo em detalhes, o TSE publicou em seu canal no YouTube um vídeo de treinamento. Veja abaixo.

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Abaixo, outro vídeo com a transmissão do teste de integridade deste ano em São Paulo.

Fonte: Redação Byte
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