Uma grande tempestade solar ocorreu no último final de semana, resultando em auroras visíveis em ambos os hemisférios, com seu aumento de EMCs direcionadas à Terra, possíveis impactos na tecnologia de comunicação.
Uma grande tempestade solar ocorreu neste último final de semana, que levou auroras boreais no Hemisfério Norte, assim como auroras austrais no Hemisfério Sul, que são mais raras de acontecer.
Os meteorologistas do clima espacial da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) observaram ao menos sete ejeções de massa coronal (EMC) do Sol, que trouxe impactos na Terra já na sexta-feira (10) e persistiu até domingo (12).
As tempestades solares atingem o campo magnético da Terra e podem causar disrupção nas rede elétrica e de sistemas de comunicação via satélite, mas também podem intensificar o aparecimento de auroras, como ocorreu nos últimos dias.
Para que a aurora seja visível da forma que foi, é necessário que haja uma interação significativa entre uma EMC de alta intensidade, que nada mais é do que uma erupção que lança plasma superaquecido do sol e o campo magnético da Terra.
O número de ejeções de massa coronal responsáveis por este evento histórico movimentou-se em velocidades e trajetórias diversas. Para uma tempestade geomagnética atingir o nível mais intenso, alcançando G5 na escala do Centro de Previsão do Clima Espacial (SWPC, na sigla em inglês), as ejeções precisam se fundir ou se aproximar da Terra simultaneamente.
Bill Murtagh, coordenador do SWPC, disse ao portal Space que o que aconteceu no último final de semana foi a canibalização das ejeções, pois elas têm velocidades diferentes. Algumas das EMCs mais rápidas alcançam as mais lentas e leva em uma resposta maior, em relação aos impactos e visões que temos na Terra.
Segundo o SWPC, o evento de sexta-feira foi a primeira tempestade geomagnética extrema desde 2003, a última vez que uma tempestade geomagnética atingiu o nível G5.
Porém, antes de conseguirmos ver as belíssimas auroras no céu, é importante entender que grandes aglomerados de manchas solares na superfície solar têm sido a causa das ejeções. Os aglomerados não são incomuns, mas estão produzindo um número elevado de ejeções para causar uma tempestade geomagnética de nível G5, algo que acontece somente algumas vezes a cada ciclo solar de 11 anos.
Uma rotação completa do Sol demora 27 dias. Até o final dessa semana, o aglomerado de manchas solares estará fora de vista. No entanto, até lá, ainda há a possibilidade de ocorrerem fortes explosões solares e mais EMCs direcionadas à Terra.
Embora a tempestade geomagnética tenha proporcionado um fim de semana incrível para a observação do céu, há um outro lado: possíveis impactos negativos na tecnologia, como redes elétricas, GPS e satélites.
Até o momento, foram relatados alguns impactos, incluindo irregularidades nas redes elétricas e degradação das comunicações de alta frequência, GPS e possivelmente navegação por satélite. No entanto, eventos solares no passado já resultaram em interrupções muito mais significativas.