Como o anúncio da Meta influencia no dia a dia de usuários do Facebook e Instagram? Entenda

Mark Zuckerberg, CEO da empresa, afirmou que redes sociais têm sofrido 'censura'

8 jan 2025 - 16h01
(atualizado às 17h15)
Mark Zuckerberg é o CEO da Meta, responsável pelo Facebook, Instagram e Threads
Mark Zuckerberg é o CEO da Meta, responsável pelo Facebook, Instagram e Threads
Foto: Reuters

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, anunciou na terça-feira, 7, que a checagem de informações nas redes sociais pertencentes à empresa serão substituídas por "notas da comunidade". O comunicado impactará, diretamente, o Facebook, o Instagram e o Threads

Segundo Zuckerberg, nos últimos anos as redes sociais têm passado por "excesso de censura", principalmente no que se refere aos conteúdos de cunho político. Os "notas da comunidade" já é adotado pelo X (antigo Twitter), que pertence ao bilionário Elon Musk.

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Nos Estados Unidos, por exemplo, as plataformas da Meta terão uma política de conteúdo personalizada. Os usuários mais interessados em fatos políticos receberão mais publicações relativas ao tema. Desde 2021, a plataforma havia reduzido o alcance deste tipo de conteúdo.

A Meta também comunicou o fim das restrições para postagens relacionadas à imigração e identidade de gênero, permitindo que termos como "transexualidade" e "homossexualidade" sejam associados a doenças mentais e anormalidade. 

Até então, o programa de checagem de fatos nas plataformas da Meta era feito em mais de 26 idiomas de forma global. Com a mudança para "notas da comunidade", a responsabilidade ficará a cargo dos usuários destas redes, que classificarão o conteúdo como falso ou verdadeiro. 

De acordo com Zuckerberg, as novas diretrizes da Meta são uma maneira de "retornamos para as raízes e origens" das redes sociais, e que a checagem de fatos "foi longe demais". 

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Como os usuários podem ser impactados no dia a dia?

Marcelo Crespo, especialista em Direito Digital e coordenador do curso de Direito da ESPM, apontou em entrevista ao Terra que os principais impactados, inicialmente, serão os internautas dos Estados Unidos, tendo em vista que, no Brasil, ainda não ficou claro quais mudanças entrarão em vigor.

"Eles podem passar a encontrar maior conteúdo de fake news, discurso de ódio, de publicações que digam respeito a situações ilícitas, desinformativas, agressivas. Porque se a plataforma vai parar de fazer o fact-checking, significa que o trabalho de identificar esse tipo de publicação vai passar a ser da própria comunidade que vai colocar notas em cada uma dessas publicações a respeito do seu conteúdo", explicou.

Para Rafael Terra, professor de MBA de Marketing Digital e Redes Sociais na Universidade de São Paulo (USP), o fim do programa de checagem de fatos fará com que as redes sociais da Meta deixem de contar com profissionais especializados para checar conteúdos. 

"Enquanto isso pode aumentar a liberdade de expressão e engajamento, também aumenta o risco de desinformação se espalhar mais rapidamente, especialmente em mercados como o Brasil, onde as redes sociais são uma fonte primária de notícias. Por exemplo, usuários podem encontrar informações controversas sem um aviso claro de que são falsas, o que pode levar a decisões baseadas em dados incorretos, como a compra de produtos falsificados ou adesão a movimentos prejudiciais", disse ao Terra.

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Assim, informações falsas, que antes continham o aviso de "checado por especialistas", não terão mais este tipo de comunicado. "Em vez disso, os próprios usuários da plataforma poderão marcar uma publicação como suspeita, e a comunidade vai decidir se algo parece verdadeiro ou não. É como se o time de árbitros de um jogo fosse substituído pelos próprios jogadores", pontuou.

Não há prazo para que as medidas entrem em vigor no Brasil, contudo, nos Estados Unidos as mudanças devem ser implementadas nos próximos meses. 

Fonte: Redação Terra
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