Os norte-americanos declararam fumar mais maconha do que cigarro pela primeira vez na história. É o que aponta a pesquisa realizada recentemente pela revista Gallup. O estudo sobre o consumo de álcool e cigarro é feito desde a década de 1930, com o objetivo de saber com qual frequência essas substâncias são usadas.
No último levantamento, 16% dos entrevistados disseram que fumam maconha. Quase metade dos norte-americanos, 48%, afirmaram já ter experimentado a cannabis como forma de recreação pelo menos uma vez na vida. Os números são recordes e têm tendência de alta. Em 1969, apenas 4% diziam já ter consumido a droga pelo menos uma vez.
Já com o consumo de tabaco, o efeito inverso vem acontecendo. Na pesquisa realizada este ano, apenas 11% das pessoas se declararam fumantes. Nos anos 1950, quando o cigarro era vendido como um produto descolado para os jovens, 45% dos norte-americanos se diziam fumantes.
Em pesquisa do mesmo instituto, em 2019, 83% dos norte-americanos reconheciam que os efeitos do cigarro são muito prejudiciais e 14% consideravam pouco prejudiciais. Nos últimos cinco anos, sete em cada 10 fumantes disseram ter vontade de parar com o vício.
Apesar do número crescente do uso recreativo da cannabis, o álcool continua disparado na frente como a principal droga consumida nos EUA. De acordo com o mesmo estudo da Gallup, 45% dos norte-americanos disseram ter consumido bebida alcoólica na última semana. Os que disseram beber ocasionalmente somam 23%. Os 32% restantes se declararam abstêmios.
Dos 50 estados norte-americanos, 18 legalizaram o uso recreativo da cannabis. Os estados que liberaram o uso vêm atraindo cada vez mais turistas do mundo todo. A previsão é de que, até 2026, o mercado da maconha recreativa nos EUA fature US$ 90 bilhões.
No Brasil
O uso medicinal da cannabis é permitido em casos específicos, via prescrição médica por profissionais habilitados. Em 2021, a importação de medicamentos à base dessa substância bateu recorde. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), foram US$ 13 milhões em produtos com a CBD Medicinal trazidos ao país.
Até março de 2022, a agência autorizou a comercialização de 15 novos produtos derivados da cannabis, com base na Resolução RDC 327/2019, da Anvisa. O uso recreativo no Brasil continua proibido.