Coronavírus leva indústria farmacêutica a exames online para lançar medicamentos

17 abr 2020 - 15h19
(atualizado às 15h31)

Provedores de serviços de testes clínicos estão relatando um aumento na demanda por exames online, enquanto farmacêuticas tentam impedir que a epidemia de coronavírus inviabilize o lançamento de medicamentos.

Médico conduz consulta online em West Bloomfield Township, Michigan (EUA), durante pandemia de coronavírus 
16/03/2020
REUTERS/Emily Elconin
Médico conduz consulta online em West Bloomfield Township, Michigan (EUA), durante pandemia de coronavírus 16/03/2020 REUTERS/Emily Elconin
Foto: Reuters

Com muitos participantes de estudos de novas drogas se isolando em casa, os fabricantes de medicamentos estão sendo forçados a escolher entre pular as visitas agendadas a pacientes que fazem parte das pesquisas, adiar ou mesmo cancelar estudos em andamento.

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Isso levou farmacêuticas como Pfizer, Eli Lilly e Bristol Myers Squibb a suspender vários ensaios, o que pode prejudicar receitas futuras e limitar o acesso dos pacientes a tratamentos experimentais.

A participação de novos pacientes em testes nos Estados Unidos, Itália e Espanha caiu mais da metade em março em relação ao ano passado, de acordo com a Medidata, unidade de ensaios clínicos da Dassault Systemes.

Para limitar a interrupção, reguladores de medicamentos nos Estados Unidos e na União Europeia recomendaram a mudança para visitas online a pacientes em vez de monitoramento pessoal.

Para mitigar o impacto, os provedores de serviços de pesquisas clínicas estão aumentando suas ofertas de atendimento virtual.

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A opção tem custos mais baixos, mais conveniência e produz um maior número de participantes, o que levou a uma mudança gradual para testes online nos últimos anos, disse Anthony Costello, vice-presidente sênior da unidade de serviços de saúde digital da Medidata.

"O efeito do coronavírus acabou de aumentar tudo isso com esteróides."

A Medidata conduziu quase 20 mil testes em todo o mundo com mais de 1.400 clientes e parceiros, incluindo Bristol Myers, Novartis e Johnson & Johnson, e fornece uma gama de serviços que podem ajudar a reduzir a interação pessoal através de coleta eletrônica de dados e entrega em domicílio de medicamentos.

Nas últimas semanas de março, a empresa informou ter recebido mais de 30 novos pedidos de seus clientes, incluindo farmacêuticas e organizações de pesquisa contratadas, relacionadas à assistência com monitoramento clínico remoto.

Agora, a maioria dos fabricantes de medicamentos está buscando adotar uma abordagem híbrida que fará com que partes de estudos de novas drogas seja feita remotamente. Isso inclui ferramentas como visitas domiciliares para coleta de amostras, aplicativos para smartphones ou dispositivos portáteis para coletar medições e entregas de medicamentos em casa, disse Josh Rose, chefe de testes online da IQVIA Holdings.

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