Uma criança de três anos sofreu uma overdose no hospital CommonSpirit Health, em Des Moines, nos Estados Unidos, após receber cinco vezes mais da dosagem de analgésico recomendada para ela. O ocorrido se deu por conta de um ataque cibernético contra o sistema do hospital.
A mãe do menino, Kelley Parsi, relatou que ele foi internado para passar por uma cirurgia de retirada de amígdalas, e após o procedimento, foi levado para o quarto para a recuperação – que deveria durar poucos dias.
No entanto, enquanto a criança recebia o soro, houve um ataque cibernético ao sistema do computador do hospital, responsável por calcular automaticamente as doses do medicamento. O médico que acompanhava o menino não conseguiu acessar a ficha do paciente e deu a ele cinco vezes a mais do que estava prescrito, segundo o portal NBC News.
Parsi esperou por horas para receber notícias sobre o filho após a overdose, mas por sorte ele não teve consequências mais graves e conseguiu ter alta hospitalar logo depois.
A unidade CommonSpirit Health se recusou a comentar sobre o caso, também segundo o portal NBC, alegando confidencialidade do paciente. Mas em comunicado, um porta-voz da instituição disse estar “comprometido em fornecer atendimento seguro e de qualidade para todos os pacientes”.
Outros casos prejudicados pelo ataque
Outros pacientes foram afetados pelo ataque hacker. Rachel Cupples, de Washington – que foi ao pronto-socorro no final de setembro com fortes dores abdominais e foi diagnosticada com um cisto no ovário que precisa ser retirado logo – teve a cirurgia adiada por semanas.
Quando ela tentou agendar o procedimento, o hospital não estava aceitando novos agendamentos em razão do ataque de ransomware, ou seja, programa malicioso (malware) que, ao infectar um computador, bloqueia e até mesmo criptografa os arquivos.
“Liguei e descobri que todos os sistemas estavam inoperantes e que não podiam agendar ou fazer nada. Ninguém realmente sabia naquele momento (ou pelo menos eles não estavam compartilhando) quanto tempo ia durar", afirmou ela.
Assim que o sistema voltou ao normal, no fim do mês passado, Cupples conseguiu fazer sua cirurgia.
Ainda que muitas consequências tenham ocorrido, os pacientes culpam os invasores hackers e não os médicos.
Hoje em dia, ataques de ransomware são difíceis de resolver porque os hackers invadem sistemas de empresas e mantêm arquivos como reféns, exigindo dinheiro em troca para liberá-los. Sem acesso aos documentos, as vítimas podem ser tanto pessoas físicas quanto pequenas empresas e grandes corporações.