Deepfake: lei que controla rostos digitais falsos passa a valer na China

Tecnologia usa inteligência artificial para criar imagens falsas; regras impedem que pessoas sejam personificadas sem consentimento

11 jan 2023 - 10h53
(atualizado às 11h52)
Cenas muito claras e mudança na cor da pele podem indicar deepfake
Cenas muito claras e mudança na cor da pele podem indicar deepfake
Foto: Shutterstock / Portal EdiCase

Autoridades de segurança digital da China criaram novas regras para tentar diminuir provedores de conteúdo que alteram dados faciais e de voz, chamados deepfakes, que estão em vigor no país desde terça-feira (10). A lei foi criada para barrar a disseminação de informações que ameacem a “a economia e segurança nacional”.

Enquanto isso, o órgão regulador do ciberespaço busca examinar com mais rigor a chamada tecnologia de serviços. A Administração do Ciberespaço da China (CAC) emitiu a ordem em dezembro. Segundo a agência de notícia Reuters, as regras prevêem que as pessoas sejam protegidas de serem personificadas sem consentimento por deepfakes

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As regras exigem que os provedores de serviços de deepfake reforcem gerenciamento de conteúdo e estabeleçam e melhorem mecanismos de denúncias.

A medida visa reduzir os riscos que possam surgir das atividades fornecidas pelas plataformas, promover o desenvolvimento saudável da indústria, além de melhorar a capacidade regulatória, disse a CAC. 

Há quase três anos, tornou-se crime distribuir deepfakes na China sem a informação de que o material havia sido alterado, na forma de uma marca d’água.

Crimes com deepfake 

Essas imagens são virtualmente diferentes da original, criadas a partir de inteligência artificial, e facilmente usadas para manipulação ou desinformação, principalmente envolvendo política e conteúdos que tentam manchar a honra das pessoas. 

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A regulamentação em vigor se faz necessária no país mais populoso do mundo, já que com o rápido desenvolvimento da tecnologia de síntese profunda, a aplicação desses serviços tem crescido na China e usadas por infratores. 

Alguns cenários envolve roubo de dados para conseguir informações confidenciais privadas, como rostos, impressões de voz e impressões digitais. 

Em um dos casos, uma vítima de sobrenome Chen, de Wenzhou, na província de Zhejiang, foi roubada em quase 50.000 yuans (cerca de R$ 39 mil) por criminosos que usaram o rosto gerado por AI, feito a partir de uma imagem do amigo de Chen, de acordo com um relatório da agência estatal de notícias Xinhua, em abril de 2022.

Agora, é esperado que a implementação das novas regras diminua atos ilegais, investigue a responsabilidade dos autores e sirva como um alerta contra crimes digitais no país.

Fonte: Redação Byte
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