Os vestígios de uma nova espécie de dinossauro anão foram descobertos no Brasil, segundo a revista científica "Ameghiniana" informou na quinta-feira (15). O Ibirania parva é um tipo de saurópode, ou seja, um herbívoro “pescoçudo” e está entre os menores já conhecidos, pois tinha entre cinco e seis metros de comprimento.
A espécie foi encontrada e identificada em Ibirá, no interior de São Paulo. Mas essa não é a primeira vez que o Brasil registra novas espécies a partir de fósseis. O Ubirajara jubatus foi encontrado na bacia do Araripe, entre os estados do Ceará, Piauí e Pernambuco, e retirado ilegalmente do Brasil em 1995. Atualmente está no Museu de História Natural de Karlsruhe, na Alemanha.
Pelo menos outros 30 espécies de dinossauros já foram vistos por aqui, principalmente na região Nordeste. Saiba mais sobre alguns deles, como o Abelissauro, um "primo" do Tiranossauro; o predador com o curioso nome Irritator; e o Mirischia, com "apenas" um metro de altura.
Abelissauros
Os chamados Abelissauros (Abelisaurus) são um gênero de dinossauros que pertencia ao grupo dos terópodes. Fragmentos de dente e outros ossos do maxilar direito dele já foram encontrados em 1988 numa pedreira abandonada em Santo Anastácio, a 30 km de Presidente Prudente, em São Paulo.
Eles eram animais carnívoros que costumavam caçar pela América do Sul, sendo mais comum sua presença na Argentina. Estima-se que o animal vivia há cerca de 74 milhões de anos, durante o período Cretáceo. O abelissauro é semelhante ao Tiranossauro, mas menor, com cinco metros de altura, sete de comprimento e oito toneladas.
Aratassauros
Os Aratassauros (Aratassaurus museonacionali) eram pequenos dinossauros brasileiros bípedes e carnívoros, pertencentes ao grupo dos terópodes e que viveram há aproximadamente 115 e 108 milhões de anos durante o período Cretáceo, no sertão do Ceará, no Brasil. Seu nome tem origem tupi, em que “Ara” significa “nascido” e “Ata”, fogo.
Os fósseis do fêmur e da tíbia de uma pata direita deles foram descobertos em 2008 em uma mina de gesso na Formação Romualdo, na Bacia do Araripe, que fica no sertão do Ceará. Eles foram levados para o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens para serem estudados, e em 2016 para o Museu Nacional do Rio de Janeiro. Ainda que este último tenha pegado fogo, o incêndio não chegou a atingir os fósseis do Aratassauro.
Eles chegavam a medir 1,2 metros de altura e 3,30 metros de comprimento, pesando cerca de 40 kg. Acredita-se que eles viviam caçando animais de portes menores em bandos.
Irritator
O Irritator ("irritante") é um grande predador carnívoro de quase oito metros de comprimento e que já teve fósseis encontrados na região do Crato, no Ceará. Ele pertencia à família Spinosauridae, assim como outros dinossauros brasileiros, e tenha o crânio comprido e achatado dos lados e dentes em forma de cone, projetados para agarrar peixes enormes. Eles também viveram no período Cretáceo, há cerca de 110 milhões de anos.
A origem do nome "Irritator" ou “irritante” é muito curiosa: há um boato de que seus fósseis haviam sido coletados e alterados por contrabandistas e, por fim, vendidos para a Europa. Porém, chegando lá, os paleontólogos tiveram tanta dificuldade para entender quais ossos eram verdadeiros e quais eram falsos que ficaram irritados – isso porque o focinho dele havia sido alongado artificialmente.
Ele apresenta muitas semelhanças com outra espécie, a dos Angaturamas, e por isso possivelmente poderiam ser parentes, até por conta do período e época em que viveram.
Mirischia
O dinossauro Mirischia (Mirischia asymmetrica) foi um pequeno dinossauro herbívoro e seu nome significa “pelve maravilhosa e assimétrica", por conta do seu osso ísquio, que tem a parte direita diferente da esquerda. Ele era também um carnívoro e viveu há cerca de 110 milhões de anos, no período Cretáceo. O Mirischia foi o primeiro dinossauro a ser descoberto no estado de Pernambuco, no município de Exu.
Pequeno, ele media cerca de 2,1 metros de comprimento e um metro de altura, com cerca de 7 kg. Seus fósseis incluem vértebras, uma costela, ossos do quadril, ossos da perna direita e parte do intestino. Ele também já teve seus fósseis contrabandeados pelo tráfico internacional e atualmente se encontra na Alemanha.
Santanaraptor
O Santanaraptor é um tipo de dinossauro terópode da família Tyrannosauroidea, encontrado na Formação Romualdo do Grupo Santana, no Ceará. Sua primeira descrição formal data de 1999, pelo brasileiro Alexandre Kellner. Ele é conhecido como um dinossauro carnívoro cuja descoberta dos tecidos moles foi considerada uma das mais importantes para a paleontologia brasileira.
O dinossauro viveu no nordeste brasileiro durante o período Cretáceo e compartilhou o ambiente com o Irritator e o Aratasauro, que descrevemos acima.
A sua classificação foi geradora de vários debates, principalmente após ele ser enquadrado na Tyrannosauroidea, em 2004, pelo paleontólogo americano Thomas Holtz. Análises recentes contrariam a tese, abrindo a possibilidade de ele ser um celurossauro basal ou um noassaurídeo.