Luiz Hamada, 36, já virou piada entre os amigos. Ele não entende memes que estão bombando e fica por fora das fofocas do seu círculo social. O motivo é que ele abandonou as redes sociais, especialmente o Facebook.
A saída foi entre 2009 e 2010, quando o Orkut ainda ocupava a trono de rede social mais popular do Brasil - o que só mudou em 2011 com o crescimento da rede de Mark Zuckerberg.
"Fico livre de discussões desnecessárias, como as que ocorreram nas eleições", conta.
Luiz diz que passou a priorizar experiências e encontros no mundo real, e que as amizades nas redes sociais tem uma atmosfera superficial. Com o tempo extra, ele pode se dedicar mais à família e às cachorras Pan e Flora. Em casos de extrema necessidade, os amigos acionam a esposa.
De fato, não foi só o Luiz que percebeu as eleições como um período ruim para estar nas redes sociais. Para alguns, o processo eleitoral foi o ponto final dentro dos serviços.
"A demanda por compartilhamentos e participação das discussões exigia uma espécie de militância virtual que me tirava dos encontros presenciais e me atrapalhava no meu trabalho", diz Marlyvan Alencar, 54, professora nos cursos de publicidade e jornalismo da PUC-SP.
Ela apagou os perfis no Facebook, no Instagram e no Twitter logo depois das eleições. Longe das redes, ela diz que consegue produzir mais, estudar mais encontrar mais os amigos.
Apesar disso, os números do Facebook no Brasil continuam altos. Em julho último, a companhia revelou ter 125 milhões de usuários no país, crescimento de 25% em relação a 2016, última vez que o dado havia sido revelado
Outro ponto em comum em quem largou o Facebook é não enxergar o WhatsApp, que pertence a Zuckerberg, como uma rede social. Ambos ainda estão no serviço de mensagens que conta com 120 milhões de usuários no Brasil - dizem que é importante para a comunicação.
Isso, porém não quer dizer que o app não incomode. "Tem horas que tira a paciência", diz Hamada'.