Ao menos duas operadoras de telecomunicações sem atuação no Brasil já manifestaram interesse em participar do leilão de 4G na frequência de 700 MHz previsto para agosto, disse à Reuters o secretário de telecomunicações do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão."Já existem duas empresas que manifestaram interesse", afirmou o oficial, sem citar nomes ou países por, segundo ele, tratar-se de companhias com ações listadas em bolsa.
O ministério programou para a segunda quinzena de junho apresentações para atrair novos grupos para o leilão. A pasta ainda deve promover reuniões em Londres e Nova York, ainda sem data definida. As reuniões serão realizadas por representantes do ministério, da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Ministério de Relações Exteriores.
Também existe ainda a possibilidade de novas rodadas de apresentações em outros locais, disse o secretário.
Previsão do leilão
A previsão do governo federal é que o leilão de 4G na frequência 700 MHz arrecade entre R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões. Os vencedores deverão arcar com indenizações a serem pagas aos radiodifusores que atualmente ocupam a faixa com a TV analógica o que, segundo o secretário, não será um problema para atrair operadoras.
Para Martinhão, o forte crescimento do mercado brasileiro de mobilidade, particularmente da banda larga móvel, torna o país atrativo para grupos internacionais. Ele admite que a chegada de mais uma empresa - além das quatro maiores operadoras com atuação no Brasil, Vivo, TIM, Oi e Claro - pode elevar as ofertas.
"É um leilão, sempre quando há uma disputa maior, isso (aumento das ofertas) pode ser consequência do processo. Mas o limite do preço é a capacidade do mercado brasileiro em comportar o investimento", declarou.
Empresas
Até o momento, apenas a TIM manifestou oficialmente interesse em participar do leilão. No dia 15, o Conselho de Administração da operadora recomendou a participação no certame, enquanto seu presidente, Rodrigo Abreu, declarou que a frequência de 700 MHz "é um recurso muito importante tanto no Brasil como no resto do mundo para o fortalecimento das redes móveis".
Na quinta-feira, o diretor-geral da Telefônica Brasil, Paulo Cesar Teixeira, evitou responder, durante teleconferência com jornalistas, se a Vivo participará da disputa, afirmando que a empresa está analisando os detalhes da proposta de edital publicada na semana passada pela Anatel.
Procuradas, Claro e Oi não se manifestaram sobre o tema.
A proposta de edital para o leilão de 700 MHz foi divulgada no dia 2 e ficará em consulta pública por um mês.