A demanda crescente por viagens aéreas e o aumento acelerado das emissões de carbono na aviação têm motivado a indústria a buscar soluções sustentáveis. Em meio a essa pressão, empresas como a americana Natilus estão explorando um formato inovador de aeronave que pode transformar o setor.
O Horizon, novo modelo em desenvolvimento pela empresa de San Diego (EUA), utiliza um design de “asa mista” que visa reduzir o consumo de combustível e minimizar o impacto ambiental, além de oferecer um espaço mais amplo para os passageiros.
Esse conceito de "corpo de asa misturada", que substitui o tradicional formato tubular das aeronaves comerciais, é considerado por especialistas uma das soluções mais promissoras para a aviação sustentável, destacou reportagem da CNN Internacional.
“O mercado de fuselagem estreita, que é exatamente onde o Horizon se encaixa, será o maior mercado nos próximos 20 anos”, afirma à CNN Aleksey Matyushev, CEO e cofundador da Natilus. Segundo ele, o novo design pode reduzir as emissões em até 50% por assento de passageiro, além de usar 30% menos combustível do que modelos convencionais como o Boeing 737 e o Airbus A320.
Experiência de voo diferenciada
Além de ser mais eficiente, o Horizon apresenta uma fuselagem mais larga que os modelos tradicionais, o que possibilita um aproveitamento diferenciado do espaço interno.
Segundo o CEO, as aeronaves neste formato tem cerca de 30% a mais de espaço no chão do que um avião tradicional. Com isso, novas disposições para áreas de convivência a bordo podem ser consideradas, proporcionando uma experiência mais confortável em viagens de longa duração.
A Natilus espera colocar uma aeronave desse tipo em operação até 2030, uma meta ambiciosa que promete competir com gigantes do setor.
Desafios de certificação
Apesar das vantagens, o Horizon terá que enfrentar obstáculos significativos antes de ganhar espaço no mercado. “(Horizon) terá um plano de assentos e carregamento de carga completamente diferente e exigirá uma tripulação de voo e cabine completamente nova. Esse é um desafio que a Natilus terá que superar para convencer clientes a optar pelo Horizon em vez de esperar por uma substituição mais tradicional do 737 Max ou do A320neo”, avalia Gary Crichlow, analista de aviação da Aviation News Limited, à CNN.
Além disso, o caminho para certificação pode ser prolongado devido ao design diferenciado.
“Com um projeto tão diferente quanto o corpo de asa combinada, eu esperaria que os reguladores fossem ainda mais cautelosos”, inclui Crichlow.
Atualmente, a Natilus trabalha em um protótipo em tamanho real do Horizon, e as expectativas são de que essa etapa traga respostas mais claras para a viabilidade e vantagens reais do modelo.