Empresa quer criar linha "premium" para diamantes cultivados em laboratórios

A ideia é alcançar clientes que preferem a exclusividade de pedras naturais

19 jul 2024 - 05h00
Foto: George Hodan/public domain pictures / Flipar

Diamantes criados por laboratório estão crescendo no mercado. Um levantamento, divulgado pelo portal Wired, mostrou que pedras cultivadas passaram a representar 18,5% das vendas em 2023, com a previsão de superar 20% em 2024. 

Os diamantes criados em laboratório são ecologicamente sustentáveis, mas não financeiramente rentáveis para empresas. A reportagem mostrou que o preço por quilate caiu aproximadamente 90% de 2019 a 2023.

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A Pandora, por exemplo, lançou uma campanha com peças de diamantes de laboratório que custam menos de US$ 300 (cerca de R$ 1.675,98 na cotação atual), valor muito menor do que o de um diamante “natural”.

Por serem mais baratos e com credenciais ecológicas melhores, essas pedras “perdem o brilho” entre os compradores que preferem saber que a joia veio de por meio de um custo significativo.

Porém, empresas de diamantes feitos em laboratório estão desenvolvendo novos modelos considerados premium, com o objetivo de criar laços com os clientes que prezam pela exclusividade. 

Sustentabilidade na linha premium

O laboratório Unsaid lançou uma linha com um anel de diamante cultivado em laboratório de 36 quilates. Além disso, outro anel, chamado Rem X, de 10 quilates, é vendido por cerca de US$ 43 mil (R$ 240 mil). A empresa se orgulha de ser neutra em carbono e de usar ouro e platina reciclados.

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A joalheria suíça LOEV é outra do ramo que se preocupa com uma produção sustentável e com design exclusivo, associado a relógios mecânicos.

A empresa vai lançar este mês uma coleção de anéis "inédita no mundo", em parceria com a Ammil, laboratório especializado em cultivo de diamantes.

A LOEV quer ser a primeira a lançar uma coleção de joias suíças desse tipo, utilizando fontes de energia renováveis para rebater críticas sobre sua pegada de carbono. A companhia cultiva os diamantes usando energia hidrelétrica, solar e de biomassa.

“Podemos ser transparentes sobre todos os aspectos da cadeia de suprimentos, desde a semente de diamante até a bela peça de joalheria que o consumidor segura em sua mão", disse Niels Schaefer, cofundador da LOEV, ao Wired.

Um produto "Swiss Made" deve ter pelo menos 60% de seu valor agregado na Suíça. Ou seja, os diamantes são cultivados na instalação da Ammil em Muotathal, comuna do país, e passam por um processo chamado deposição química de vapor.

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Depois, são cortados e enviados para a Índia para polimento, retornando à LOEV para serem usados nos anéis finais. 

Os diamantes brutos não polidos crescidos em laboratório após terem sido cultivados usando deposição química de vapor
Foto: Loev/Divulgação

Um dos objetivos dos diamantes cultivados em laboratório é eliminar práticas de mineração prejudiciais e exploradoras, mas seu processo não é tão simples quanto parece.

Como é feito

O processo da LOEV começa com uma "semente", que é uma placa fina de diamante bem fina, cortada a laser de uma pedra já existente. A placa vai para uma câmara de vácuo, e na sequência, é inundada com gases hidrocarbonetos e submetida a calor intenso (900º C a 1.200ºC) e pressão.

Em seguida, um feixe de micro-ondas condensa o carbono, até então uma nuvem de plasma, e ele se cristalizar para formar diamantes. O tempo do processo depende do tamanho do diamante, mas pode levar mais de duas semanas, o que pode levar a uma pegada de carbono significativa.

Fonte: Redação Byte
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