Entenda como funciona a caixa-preta de um avião

Dispositivo grava todas informações relevantes de um voo, desde conversas na cabine até dados técnicos como altitude, velocidade e pressão

13 ago 2024 - 12h33
(atualizado às 13h31)
Resumo
Tragédia da Voepass em Vinhedo ressalta importância da caixa-preta em investigações de acidentes aéreos.
Caixa-preta é, na verdade, laranja
Caixa-preta é, na verdade, laranja
Foto: wikipedia

O tragédia da Voepass em Vinhedo, que vitimou 62 pessoas na semana passada, trouxe à tona a importância de um dispositivo essencial para a investigação de acidentes aéreos: a caixa-preta. O avião, um ATR-72, dexolou de Cascavel, no Paraná, e tinha o Aeroporto Internacional de Guarulhos, (SP)

Popularmente conhecida, a caixa-preta é, na verdade, um conjunto de gravadores que registram todas as informações relevantes de um voo, desde as conversas na cabine até dados técnicos como altitude, velocidade e pressão.

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O dispositivo, que não é preto, mas sim laranja, foi criado em 1939 pelo engenheiro francês François Hussenot e evoluiu de um simples aparelho com filme fotográfico para uma sofisticada tecnologia capaz de armazenar grandes volumes de dados em cartões de memória altamente resistentes.

Construída com materiais nobres como titânio e aço inoxidável, a caixa-preta é projetada para suportar altas temperaturas (cerca de 1000°C) e impactos, garantindo a preservação dos dados mesmo em condições extremas.

Como funciona

Dentro da aeronave, a caixa-preta coleta informações por meio da Unidade de Aquisição de Dados de Voo (FDAU), que funciona como um cérebro, processando e enviando os dados para os gravadores.

Existem dois tipos de gravadores: o gravador de dados de voo (FDR), que registra informações técnicas como altitude, velocidade e pressão, e o gravador de voz do cockpit (CVR), que captura as conversas entre os pilotos e as comunicações com a torre de controle.

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Após um acidente, a localização da caixa-preta é determinante para a investigação. Geralmente, o aparelho é posicionado na parte traseira da aeronave para aumentar as chances de ser encontrada intacta.

Equipada com um localizador de pinger subaquático, a caixa-preta emite um sinal sonoro que facilita sua detecção em caso de queda na água.

Quando identificada, o aparelho é submetido à análise do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), e os dados coletados são de fundamental importância para determinar as causas de um acidente. No caso da tregédia da Voepass, o órgão informou que extraiu 100% das gravações da caixa-preta.

Especialistas utilizam softwares específicos para extrair e analisar as informações, reconstruindo a sequência de eventos que levaram à tragédia.

Essa análise detalhada permite identificar falhas humanas, problemas mecânicos ou condições climáticas adversas que possam ter contribuído para o acidente.

Fonte: Redação Byte
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